Quem é do setor de aviação não teve do que reclamar no 26º Congresso Sindag Mercosul, realizado pelo sindicato das empresas de aviação agrícola em Canela (RS), na última semana. Uma das atrações do evento foi a mais recente versão do modelo Ipanema, a 203. Esta foi a primeira aeronave agrícola da Embraer, que a vem fabricando há mais de 40 anos. De lá para cá, o equipamento foi modernizado em inúmeros aspectos, tanto para ampliar o conforto do piloto, quanto para conferir mais precisão na aplicação de agroquímicos nas lavouras.
Air bag no cinto de segurança e ar-condicionado são algumas das mudanças introduzidas no Ipanema 203, que foi lançado em 2015. O ar-condicionado, aliás, não é apenas um item de conforto. Antes, o piloto precisava abrir a janela da aeronave para ventilar a cabine, e assim acabava respirando o agroquímico, o que poderia trazer complicações para a saúde.
A aeronave pode levar até 1.050 litros de produto e voa a até 180 km/h. O Ipanema é movido a etanol e, em uma hora de trabalho, pulveriza até 130 hectares, com um custo-benefício considerado vantajoso pelo setor. O custo da operação é de R$ 8 a R$ 9 por hectare.
Produtores de soja e algodão do Centro-Oeste ainda são os que mais investem em tratos feitos por aeronaves. Depois deles, vêm os produtores do Rio Grande do Sul, onde esse tipo de pulverização é feito com frequência em lavouras de arroz e trigo.