O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, afirmou durante palestra no Seminário Empresarial de Alto Nível Brasil-China, em Xangai, que a agricultura brasileira tem capacidade de aumentar ainda mais a sua participação no mercado mundial do agronegócio. E aproveitou para fechar parcerias com os chineses.
Uma das metas estipuladas pelo Ministério da Agricultura (Mapa) é aumentar a participação brasileira no mercado mundial de 6,9% para 10% em um prazo de cinco anos. “O complexo do agro é bastante diversificado no Brasil. Temos condições de atender a toda população brasileira e as demandas mundiais”, garantiu.
Para isso, Maggi pediu ajuda ao presidente Michel Temer para que peça ao presidente da China, Xi Jinping, com quem manterá um encontro neste sábado (10), que abra a possibilidade de ampliar o comércio com o Brasil. “Eles têm colocado algumas imposições, medidas fitossanitárias que não fazem muito sentido, que prejudicam o comércio”, afirmou Maggi durante exposição que contou com a participação de empresários e políticos brasileiros e chineses.
O ministro da Agricultura reclamou da demora do governo chinês para liberar a habilitação de novas plantas frigoríficas brasileiras. Para ele, essas dificuldades impostas pela China são usadas como “moeda de troca” para impor produtos chineses.
Maggi aproveitou a viagem a China para dar um importante passo na ampliação das relações comerciais entre o Brasil e China. Ele propôs ao chefe de governo da província de Cantão, Ji Jiaqi, um acordo para a criação de um grupo do consulado brasileiro e técnicos dos dois países, a fim de facilitar a entrada de produtos brasileiros na China e vice-versa. O ministro considera estratégica a região do Cantão, que tem um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 1,7 trilhão. No ano passado, a província movimentou US$ 1 trilhão em comércio exterior.
Ji Jiaqi disse que o Brasil é o segundo maior parceiro comercial do Cantão, atrás apenas dos Estados Unidos. Ele propôs ao ministro Blairo Maggi um aumento da cooperação na área da segurança alimentar, principalmente no que se refere a gestão de riscos. Esta parceria, de acordo com o governo cantonês, por meio de universidades e centros de pesquisa, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Blairo aceitou e orientou o presidente da Embrapa, Maurício Lopes, presente no encontro, para iniciar as conversas com os chineses.
Blairo propôs e Jiaqi aceitou – a criação de um grupo técnico para discutir esse assunto. O chefe de governo da província chinesa disse que o Cantão tem autonomia para resolver esse tipo de problema, o que poderá facilitar ainda mais o trabalho dos exportadores brasileiros junto ao governo chinês. Blairo convidou Jiaqi para visitar o Brasil.