Canola aumenta sua competitividade entre as culturas de inverno

A produtividade média que em 2014 foi de 812 kg/ha, subiu para 1.236 em 2015 e chegou a 1.576 kg/ha em 2016

Fonte: Matheus Perondi/Ronda Alta (RS)

A colheita da canola está praticamente concluída no Rio Grande do Sul, maior produtor no país. O resultado mostra incremento da área e produtividade das lavouras que foram favorecidas pelas condições climáticas do inverno.

De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra atual apresentou 7% de aumento de área em relação ao ano passado, registrando mais de 47 mil hectares no Brasil. A produtividade média também deverá ser 30% maior, acima de 1.600 quilos por hectare (kg/ha). Estima-se que a produção total de grãos atinja 75 mil toneladas, um incremento de 36,6%.

Para o analista de transferência de tecnologia da Embrapa Trigo, Paulo Ernani Ferreira, a canola tem ganhado destque como alternativa para a rotação de culturas e também  geração de renda. Segundo ele, a canola apresentou crescimento constante nos últimos três anos, com rendimentos variáveis em função das condições climáticas e da experiência do produtor. A produtividade média que em 2014 foi de 812 kg/ha, subiu para 1.236 em 2015 e chegou a 1.576 em 2016.

Em 2015, oito estados brasileiros cultivaram canola (RS, PR, MS, MG, GO, SC, SP e MT).  Em 2016 houve queda no número de estados onde a cultura esteve presente (RS, PR, MG, SC e MT), porém, registrou-se aumento de área, especialmente no Rio Grande do Sul, com mais 47 mil hectares, expansão de 28% em relação ao ano anterior. passado.

“A canola ainda é vista como alternativa na rotação de culturas, muitas vezes cedendo espaço para cereais como o milho safrinha e a aveia. Os produtores têm conseguido boas produtividades e constatam seus benefícios para os cultivos subsequentes, passando a cultivar todos os anos “, observa o pesquisador da Embrapa Trigo Gilberto Tomm.

Segundo os pesquisadores, o bom desempenho está atrelado ao clima, que favoreceu a safra. Vários produtores alcançaram rendimentos próximos aos 2.400 kg/ha. Foram registradas perdas isoladas em lavouras mais tardias, especialmente na região noroeste do Estado, devido a chuvas fortes que causaram debulha de lavouras prontas para colher. No Paraná, onde a área cultivada apresentou redução de 20% em relação a 2015 devido ao alto preço do milho safrinha, a canola sofreu perdas devido a geadas na floração, ainda assim encerrando a colheita com média de 1.400 kg/ha.

O relatório da Conab aponta também boas projeções ao mercado: os resultados desta safra deverão estimular os produtores a investir mais na canola, posicionando-a ao lado da aveia como cultura de inverno de melhor resultado ao produtor. Em relação aos preços, o relatório apontou médias atrativas, oscilando entre R$ 66 e R$ 68 por saca de 60kg.