O vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Mário Schreiner, reuniu-se nesta quarta, dia 10, com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, para alinhar as demandas do setor agropecuário para o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2017/2018.
Schreiner voltou a defender a redução dos juros para o custeio e para linhas de financiamento prioritárias para o setor, como o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), o Programa de Incentivo à Irrigação e à Armazenagem (Moderinfra) e o Programa para Redução de Gases de Efeito Estufa na Agropecuária (Programa ABC).
“São programas extremamente importantes, porém a taxa de juros nos patamares da safra em curso inviabiliza os investimentos de longo prazo. Temos que rever as condições dessas linhas, para fomentar a contratação”, afirmou Schreiner, que também é presidente da Comissão Nacional de Política Agrícola da CNA e da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG).
Segundo ele, o PCA, por exemplo, “é um programa necessário para mitigar os efeitos do escoamento da safra concentrado em alguns períodos, e também para a melhoria da gestão das propriedades, uma vez que o produtor poderá escolher a melhor época de venda da sua produção”.
Schreiner abordou, ainda, a necessidade de garantir a renda do produtor, por meio do incentivo governamental ao seguro rural e de um programa de subvenção às opções privadas. “A safra 2016/2017 deve ser recorde, mas a renda do produtor está comprometida pela retração dos preços. É o momento de fomentarmos a utilização dos mecanismos de gerenciamento de riscos pelo produtor rural”.
Outro ponto tratado no encontro foi o apoio do governo à comercialização da segunda safra do milho no Centro-Sul do país. Em abril, o Governo Federal publicou portaria autorizando a subvenção econômica para sustentar os preços do grão, por meio do Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) e do Prêmio de Escoamento da Produção (PEP).
A CNA solicitou ao Ministro que a Conab esteja atenta aos preços de mercado em todas as regiões, pois a expectativa de produção recorde tem gerado tendência de baixa de preços, inclusive abaixo do preço mínimo vigente em muitos estados. “Precisamos trabalhar em sintonia com o ministério para que o mercado possa reagir”, afirmou Schreiner.
O Ministro mostrou-se bastante sensível às demandas do setor para a próxima safra e afirmou que o Ministério da Agricultura está em negociação com a área econômica do governo para atender da melhor forma as demandas apresentadas.
“Com a Selic e a inflação em queda, é razoável que se negocie a redução da taxa de juros para a próxima safra”, afirmou Maggi.