Crop tour: rendimento da soja em Ohio e Dakota do Sul está abaixo da média para os últimos três anos

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Fonte: Vanessa Dall’Agnol/Embrapa

Soja
A soja na bolsa de Chicago (CBOT) teve uma terça-feira, 23, de volatilidade e fechou no campo positivo. O quadro dos fundamentos ainda segue negativo aos preços, já que as condições climáticas continuam favoráveis ao desenvolvimento da safra.

O principal destaque neste momento são os primeiros relatos da delegação que está visitando as principais áreas produtoras dos Estados Unidos, o chamado crop tour. Neste primeiro dia de visita, foi indicada uma contagem de vagens de soja abaixo da média obtida nos últimos três anos em Ohio e Dakota do Sul.

Os dados revelaram que na Dakota do Sul os números diminuiram. O grupo Pro Farmer estimou uma contagem das vagens em 899,56 em uma área 3×3 pés, o que significa cerca de um metro quadrado. No ano passado a contagem foi de 970,61, já a média do estado nos últimos três anos é de 1027,80.

Em Ohio a contagem de vagens da soja chegou a 1.107 por m², contra 1.055 do ano passado. Na média dos últimos três anos é de 1.174.

A consultoria AgResource alerta que apesar dessa contagem ser uma maneira “crua” de estimar as produtividades, os números já indicam uma redução do rendimento e revelam uma grande variabilidade entre as lavouras.

Aqui no Brasil o mercado interno permaneceu calmo. Os preços da soja ficaram predominantemente estáveis e não foram reportados negócios relevantes.

Milho
O milho na bolsa de Chicago registrou preços mais baixos. O mercado estendeu as perdas da segunda-feira, dia 21, quando o grão atingiu o pior patamar em cerca de dois meses. Os analistas seguem aguardando os dados iniciais do crop tour.

Segundo a Pro Farmer, o rendimento das lavouras de milho na Dakota do Sul devem ficar abaixo da média dos últimos três anos. A projeção é que nesta safra o rendimento médio seja de 153,78 sacas por hectare, ante 155,87 no ano passado. A média dos últimos três anos é de 163,19.

Já as lavouras de Ohio estão se desenvolvendo melhor neste ano, na comparação com a média dos últimos três anos. A expectativa é que a produtividade média do grão fique em 171,56 sacas por hectare, contra a média de 166,33 nos últimos três anos.

Aqui no Brasil o dia foi de preços do milho mais firmes em algumas regiões. Nessas áreas, o mercado reflete a retenção da oferta por parte do produtor, que não encontra demanda.

Dólar
O dólar comercial subiu 0,31% cotado a R$ 3,179 na venda, revertendo a queda vista durante todo o pregão após o a sessão da comissão mista que discute a Medida Provisória 777 que institui a Taxa de Longo Prazo (TLP), em substituição à Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ter sido suspensa. Isso acabou pressionando o movimento da moeda, que após trabalhar durante boa parte da terça-feira no negativo, reverteu no final.

“Encerrar a sessão da TLP é horrível, primeiro porque mostra que o governo está realmente com uma base frágil, segundo que é impedir uma reform aestrutural que diminui o custo do Tesouro no longo prazo”, comentou o analista da Rio Gestão, Bernard Gonin. Segundo Gonin, tal movimento coloca em dúvida a força do governo para aprovar questões como a reforma da previdência.

Lá fora o mercado continua cauteloso e com aversão ao risco, diante dos últimos acontecimentos de terrorismo na Europa.

Ibovespa
Pela primeira vez em seis anos o índice da bolsa de valores do Brasil, o Ibovespa, atingiu o patamar dos 70 mil pontos. O movimento foi impulsionado pela alta das ações da Eletrobras, após o governo anunciar que pretende privatizar a empresa.

Café
O café arábica na bolsa de Nova Iork encerrou a terça-feira com preços mais baixos. Esta foi a sétima sessão seguida de perdas e as cotações fecharam abaixo da linha de US$ 130 cents por libra-peso para dezembro. As cotações caíram diante de fatores técnicos, entretanto, o mercado oscilou bastante dentro de margens estreitas e chegou a ter ganhos. Há chances de uma recuperação técnica após tantas sessões de baixas. 

No mercado interno as negociações continuam travadas. Os exportadores demonstram pouca necessidade de compra e os produtores rurais ficam retraídos. Os preços do café ficaram estáveis.

Boi
O mercado físico teve preços do boi gordo mais altos. A oferta de animais terminados permanece limitada e não há indicações de alteração desse quadro no curto prazo. Além disso, com o mercado em alta, os produtores que ainda têm boiadas terminadas seguram o gado à espera de preços maiores.

De acordo com a consultoria Safras & Mercado, após o intenso movimento de queda no primeiro semestre, os pecuaristas avaliaram que não seria proveitoso confinar para o primeiro giro. Essa dinâmica pode mudar para o segundo giro de confinamento, que atende a demanda do último trimestre.

Já o mercado atacadista apresentou preços estáveis. Há uma possibilidade das cotações apresentarem novos reajustes no curto prazo, considerando a elevação dos custos de frete, que exige repasse ao longo da cadeia produtiva. Além disso, os frigoríficos seguem com estoques enxutos, quadro que aumenta a propensão a reajustes.

Previsão do tempo
O Nordeste volta a ser a região que amanhece com chuva, mais especificamente na Bahia. O tempo fica bastante instável e chuvoso na faixa que vai do sul baiano até a região entre Pernambuco e Paraíba. Também chove de forma fraca no litoral do Espírito Santo, ainda por causa de uma frente fria que já avança afastada do continente, e no Paraná, por causa de instabilidades associadas ao calor e à umidade. 

Nas demais áreas do Brasil, o tempo segue sem chuva, mesmo entre o leste de Santa Catarina, do Paraná e de São Paulo e em grande parte de Minas Gerais, onde há muita nebulosidade. O contraste térmico entre o interior do continente (quente) e as áreas mais ao sul e leste das regiões Sul e Sudeste (frio) é intenso e gera ventos moderados constantes, especialmente no Paraná e em São Paulo.

Sul
Nesta quarta-feira, dia 23, um corredor de umidade ainda deixa condição para nebulosidade e chuva fraca e isolada na primeira parte do dia no Paraná e no norte e leste catarinense. O tempo vai abrindo aos poucos nestas áreas. Na maior parte do dia o sol predomina no Rio Grande do Sul e o restante do estado catarinense, mas o tempo volta a mudar. 

A partir do fim da tarde, temporais se espalham entre o Uruguai, norte da Argentina e o oeste e sul gaúcho. Já as temperaturas sobem mais do que o dia anterior e chega a fazer calor no oeste dos três estados da região mesmo com as instabilidades.

Sudeste
Há condição para alguma chuva fraca e isolada na primeira parte do dia no oeste e norte de São Paulo por causa de instabilidades formadas no interior do país. Conforme o dia passa, no entanto, o tempo abre também nestas áreas. 

Já entre o extremo leste de Minas Gerais e todo o Espírito Santo, chove de forma moderada e não chega a fazer tanto calor. Em outras áreas do Sudeste, o tempo segue firme e apenas com variação de nuvens. As temperaturas sobem entre Rio de Janeiro, São Paulo e maior parte de Minas Gerais.

Centro-Oeste
O tempo fica mais aberto no Centro-Oeste. O dia começa com um pouco de frio entre Goiás e o Distrito Federal, mas rapidamente o sol entre nuvens faz a temperatura da tarde subir em todos os estados. Um corredor de umidade da Amazônia deixa o tempo instável e favorece pancadas de chuva isoladas e de baixo acumulado, porém com trovoadas, no noroeste de Mato Grosso, extremo sul de Goiás e faixa leste de Mato Grosso do Sul. Conforme o dia for passando, o tempo vai abrindo também nestas áreas.

Nordeste
A chuva continua na faixa leste do Nordeste e as temperaturas não sobem muito. Desde o sul da Bahia até o leste do Rio Grande do Norte as pancadas ocorrem alternadas por períodos de tempo firme a qualquer hora do dia. No norte do Maranhão também há condição para pancadas de chuva, com maior intensidade no litoral. No interior, será mais um dia com temperaturas elevadas e sensação de tempo abafado na parte da tarde.

Norte
As instabilidades se espalham pela maior parte da região Norte, com chuva mais forte e volumes acumulados um pouco mais significativos entre o Amazonas, Amapá e noroeste do Pará. A chuva ainda acontece em forma de pancadas alternadas por períodos de tempo firme a qualquer hora do dia. No Tocantins e sudeste do Pará, além do sul de Rondônia e do Acre, o tempo fica firme. Faz calor em todos os estados.