Hoje em dia, existem aplicativos de celular para quase tudo. De olho nesta tendência, a Embrapa, realizou uma maratona de desenvolvimento de aplicativos (app) móveis para apoiar o controle de pragas agrícolas. O intuito é criar uma tecnologia digital para potencializar o Manejo Integrado de Pragas (MIP), capaz de reduzir drasticamente o uso de inseticidas nas lavouras. Os três melhores aplicativos serão incorporados ao catálogo de software da entidade, para as plataformas Android e IOS.
Os aplicativos deverão ter foco nas fases de identificação e monitoramento do manejo integrado de pragas, nas culturas do milho, feijão, soja e algodão. O objetivo é auxiliar o produtor na tomada de decisão quanto à melhor estratégia a ser adotada, por meio de relatórios analíticos dos dados obtidos.
A maratona, realizada no dia 7 de outubro na sede da entidade em Brasília, contou com a participação de dezenas de estudantes universitários, além de técnicos, pesquisadores e do diretor-executivo de P&D da Embrapa, Ladislau Martin Neto. Os coordenadores de cursos e professores das instituições envolvidas e representantes de empresas de desenvolvimento de software também estava presentes. As equipes contaram com o apoio de pesquisadores da Embrapa durante a formulação do planejamento de suas soluções.
As 12 equipes cadastradas, representando Unip, UniCeub, UnB, Estácio de Sá e UPIS, terão até o próximo dia 27 para apresentarem suas soluções. O prazo de 20 dias para o desenvolvimento das soluções é um diferencial do evento da Embrapa, aponta Fabiano Mariath, coordenador da maratona. “Os hackathons, geralmente, são realizados em um período mais curto de tempo e, muitas vezes, não geram resultados substanciais. No Hackathon da Embrapa, os estudantes poderão colocar em prática todo o processo de engenharia de software para desenvolver um produto final”, explica ele.
Desafio aceito
Os estudantes Maurício Serpa, Yuri de Sousa e Jesse Abreu, do 4º semestre de Sistemas de Informação do Centro Universitário Estácio de Sá, em Brasília, decidiram participar do Hackathon após a indicação de um professor, mesmo sem ainda terem tido aulas sobre linguagens para dispositivos móveis. A ideia do trio é desenvolver um aplicativo para auxiliar o controle de lagartas, bicudo e pulgão em lavouras de algodão. “O prazo é curto para desenvolver todas as funcionalidades para as três pragas, mas nossa expectativa é pelo menos desenvolver e apresentar o protótipo”, explica um dos estudantes.
Para Maurício Lyra, coordenador do curso de Ciência da Computação do UniCeub, esta é uma oportunidade a ser comemorada. “Muitas vezes a academia fica tentando encontrar problemas reais, para que os alunos apliquem soluções em seus trabalhos e não consegue. Os estudantes se empolgam quando apresentamos um desafio real e bem definido do mercado, como esse que a Embrapa está oferecendo nesse hackathon”, conta Lyra.
A oportunidade de aproximar os estudantes a problemas e clientes reais também foi exaltada pelo coordenador do curso de Sistema da Informação da UPIS, Chico Schlabitz. “Envolvemos nesse trabalho graduandos do curso de Agronomia, que serão consultores das nossas equipes no hackathon, formadas por alunos de Sistema da Informação. Já promovemos uma conversa entre eles e os estudantes da área de TI ficaram empolgados com a troca de ideias que tiveram. Isso mostrou a eles a importância de ouvir o cliente, entender suas demandas”.