As entidades realizadoras da Agrishow, principal feira de máquinas agrícolas do país, esperam que o governo anuncie mais R$ 1,5 bilhão para o Programa de Modernização da Frota (Moderfrota) durante a edição de 2017 do evento, entre 1º e 5 de maio, em Ribeirão Preto (SP). Até agora, o governo liberou R$ 5,05 bilhões na abertura da contratação dos financiamentos de máquinas e implementos na safra 2016/2017, fez um novo aporte de R$ 2,5 bilhões e, com os novos recursos esperados para a Agrishow, o total do Moderfrota chegaria a R$ 9,05 bilhões.
Segundo Francisco Matturro, vice-presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), os novos recursos para produtores com renda anual de até R$ 90 milhões e juros de 8,5% ao ano seriam realocados do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural Investimento (Pronamp), que tem as mesmas condições de financiamento, mas cuja demanda está retraída. Matturro afirmou que o setor pleiteia também um aporte extra de recursos para produtores com renda acima de R$ 90 milhões anuais, com juros de 10,5% ao ano, cuja demanda foi praticamente toda tomada.
“Essas linhas estão reaquecidas principalmente pela retomada do setor canavieiro”, disse ele, durante coletiva de lançamento da Agrishow, na manhã desta quarta, dia 12.
Durante o evento, o vice-presidente da Abag e o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), João Marchesan, criticaram a proposta desenhada no governo de atrelar os juros para o Moderfrota à taxa básica de juros (Selic). Ambos consideraram ainda difícil o governo reduzir as atuais taxas de juros do crédito agrícola, entre 8,5% e 12,75% ao ano, para a safra 2017/2018.
“Queremos um plano safra compatível, principalmente na questão do custeio, mas a gente não acredita na possibilidade de, no atual cenário, o governo diminuir os juros. Há ainda a tendência de o Modefrota ser indexado à Selic, mas trabalhamos para que permaneçam as mesmas taxas”, disse Marchesan.
“O juro pré-fixado juro foi uma grande conquista. Nenhum setor da economia pode suportar taxa pós-fixada e, se isso ocorrer, seria um desastre, pois não há estabilidade política para essa mudança”, emendou Matturro.