O total de fertilizantes entregues a produtores rurais em 2017 deve ser semelhante ao de 2016, quando foram entregues 34,1 milhões de toneladas, disse nesta terça-feira, dia 29, o presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), Carlos Henrique Dantas Heredia. “Os números que nós temos até agora (de entregas no período de) janeiro a julho são muito parecidos com os do ano passado. É um indício de que devemos ter um volume total muito semelhante a 2016”, disse Heredia.
O executivo admitiu que o resultado poderia ser maior, tendo em vista a produção recorde de grãos em 2017. “O principal motivo foi a comercialização mais lenta (de grãos). E tem também a perspectiva de preços mais baixos de milho, que inibe o produtor a começar a se abastecer de insumos, até porque a disponibilidade de capital dele não é ilimitada”, disse o presidente do Conselho da Anda.
A possibilidade de os preços do cereal caírem ainda mais, em reação à grande produção da segunda safra, também pode levar produtores brasileiros a adiar a aquisição de adubos para o próximo ano, apontou Heredia. “A safrinha geralmente é plantada entre fevereiro e março e a comercialização de fertilizantes para a cultura pode acontecer entre novembro e dezembro, como geralmente ocorre. Mas também pode migrar para janeiro”, disse.
O executivo disse também que a liberação de recursos oficiais e livres pelos bancos vem ocorrendo normalmente, sem comprometer os negócios do setor de adubos. “Não vejo nenhuma ruptura no fornecimento de crédito oficial”, disse. O executivo contou que as relações de troca estão favoráveis para aquisição de adubos considerando quase todas as culturas, exceto soja e cana-de-açúcar.
“Todas as demais culturas estão com relação de troca favorável ao produtor em termos expressivos, porque os adubos estão baratos”, disse Heredia, referindo-se ao fato de a oferta global de fertilizantes estar superior à demanda.