Um novo fertilizante desenvolvido pela Embrapa Solos RJ em parceria com a Esalq/USP pode gerar economia para os produtores rurais. Isso porque a tecnologia diminui o volume necessário de ureia, o fertilizante mais utilizado na agricultura brasileira como fonte de hidrogênio. O produto será lançado durante a Esalqshow, que acontece em Piracicaba (SP), nos dias 10 e 11 de outubro.
A novidade do “fertilizante nitrogenado com aditivos incorporados aos grânulos” é que os inibidores de urease, que evitam a transformação do nitrogênio presente no fertilizante em amônia gasosa ou em nitrato, em vez de estarem aplicados ao redor do grânulo do produto estão, agora, incorporados ao grânulo.
Os produtos foram desenvolvidos no laboratório da Embrapa, e os testes (volatilização de nitrogênio) foram realizados na Esalq, no Departamento de Ciência do Solo.
“Desenvolvemos essa tecnologia porque o fertilizante nitrogenado é caro, em grande parte importado e mais de 40% é perdido para a atmosfera ou para a água quando aplicado no campo”, diz o chefe de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa Solos, José Carlos Polidoro.
“Os inibidores de urease são conhecidos há bastante tempo. Com sua incorporação aos grânulos, conseguimos aumentar sua eficiência. Assim, a vantagem competitiva do produto para a indústria é grande, já que ele utiliza um inibidor conhecido, em menor dose”, afirma Polidoro.
A tecnologia, desenvolvida no âmbito da Rede FertBrasil (grupo de pesquisa em fertilizante na Embrapa), está disponível no centro de pesquisa carioca. O produto é de fácil fabricação, sem necessidade de grandes adaptações nas instalações das fábricas interessadas em produzi-lo.
Os inibidores de urease (NBPT, H3BO3, Cu) proporcionam menor perda de nitrogênio por volatilização e lixiviação e, consequentemente, produtos com esses inibidores apresentam maior eficiência agronômica em relação à ureia perolada e aos fertilizantes comerciais revestidos com esses mesmos aditivos.