O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, afirmou nesta quarta-feira, 1º de fevereiro, que ainda poderá haver um remanejamento de R$ 1,5 bilhão do Plano Safra 2016/2017, válido até 30 de junho, para suprir a demanda pelo Moderfrota, voltado ao investimento em máquinas e equipamentos agrícolas. O programa tinha um orçamento inicial de R$ 5 bilhões e, em janeiro, recebeu mais R$ 2,5 bilhões para atender aos pedidos do setor.
Conforme Geller, a expectativa na Pasta é de que esses R$ 7,5 bilhões sejam tomados até abril, o que exigiria, portanto, mais dinheiro. “Não estamos prometendo nada, mas vamos trabalhar por isso”, afirmou após participar na manhã desta quarta-feira de reunião na sede da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), localizada na zona sul da capital paulista.
Geller comentou ainda que a demanda considerada para o Moderfrota do Plano Safra 2017/2018 é da ordem de R$ 11 bilhões. “Começamos hoje a discussão com o setor de máquinas, que dá sustentação ao agronegócio. O Moderfrota é um programa importante, porque aquece a economia”, destacou o secretário.
A expectativa é de que o Plano Safra referente ao ciclo que se inicia em 1º de julho seja anunciado “no começo de maio”, segundo Geller. Para ele, dada a inflação em queda no País, “há a possibilidade de uma mexida nas taxas de juros do Plano, para baixo, mas não queremos criar falsa expectativa”. “Vamos trabalhar para recuar e também vamos estimular ainda mais os recursos para custeio, que precisam avançar com força. Também discutiremos a conectividade. Precisamos levar informação ao produtor. Enfim, faremos um Plano Safra que dê condições ao produtor, com taxas de juros que não os comprometa no futuro.”
Café
Geller também comentou sobre a liberação de importação de café, defendida pela indústria nacional, mas criticada pelos produtores, que temem concorrência e riscos fitossanitários. “A decisão está nas mãos do ministro (da Agricultura), Blairo Maggi, e minha expectativa é de que ele decida sobre isso entre hoje e amanhã.”
Conforme Geller, é “inegável que os estoques (de café) estão baixos, e não podemos deixar a indústria morrer”. Mesmo assim, ele ressaltou que a decisão cabe ao titular da Pasta.