O grande desafio neste início da safra 2017/2018 de grãos será a falta de infraestrutura, que pode dificultar a armazenagem e a secagem dos grãos, afirma o diretor da Agroconsult, André Pessoa. Segundo ele, “mesmo a estrutura das empresas que compram dos produtores não é adequada para o período concentrado de colheita, que nós temos em janeiro e fevereiro”.
De acordo com a consultoria, a estimativa de produção nesta temporada é de 231 milhões de toneladas. O resultado é 5% se comparado ao ciclo anterior. A produção de soja está estimada em 114 milhões de toneladas, total parecido com o anterior. Já o volume de milho esperado nas duas safras é de 91,6 milhões de toneladas, queda de 7% frente à safra 2016/2017.
“Não vamos repetir a safra de grãos passada. Houve uma troca de áreas que são muito produtivas por hectare, como o caso de milho que produz 8 ou 9 mil quilos por hectare que migrou para soja que produz 3 ou 3,5 mil quilos por hectare”, explica Pessoa.
A área de soja aumentou para 35 milhões de hectares, crescimento de mais de 1 milhão de hectares. Boa parte deste aumento foi em cima de lavouras de milho verão, da região Sul do país.
A produtividade prevista para a soja é de 54 sacas por hectare, resultado abaixo do ciclo anterior, mas ainda assim é a segunda maior média da história. Já o milho terá média de 89 sacas por hectare.
O analista da Agroconsult Marcos Rubin acredita que as cotações internacionais ficarão mais baixas, mas é a volatilidade do câmbio que ditará o ritmo dos preços dos grãos ao longo deste ano. Além disso, a produção dos Estados Unidos também pode impactar. “Nós temos a safra americana que entra no mercado na mesma época que a segunda safra brasileira. O volume de exportação de milho vão depender desses dois fatores”, conta.