O Índice de Inflação dos Preços Recebidos pelos Produtores Rurais do Rio Grande do Sul (IIPR) em 2016 foi de 0,28%. Em relatório divulgado nesta quarta-feira, dia 25, a Federação de Agricultura do Estado (Farsul), que apura o índice, diz que no segundo semestre houve retração em todos os meses, sendo que em dezembro o IIPR foi de -0,23%.
“Não são os preços agropecuários que causam inflação, mas é a própria inflação que causa o aumento nos alimentos”, disse o economista-chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz, acrescentando que o IPCA no ano passado ficou em 6,29% e o IPCA Alimentos teve alta de 8,61%. “Se os preços nos supermercados estivessem diretamente relacionados aos praticados no campo, eles fechariam 2016 praticamente com os mesmos valores do final de 2015, bem distante da realidade das prateleiras”, reforçou.
Luz lembra que na composição dos preços entram diversos fatores, como aluguel, energia elétrica, combustível e salários de funcionários, e o custo do alimento é o menos impactante. “Não é o trigo que encarece o pão ou o tomate que faz uma pizza congelada custar mais; tem muitos outros fatores por trás”, afirma.
O ano que passou também apresentou pequena alta nos custos de produção. O Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) fechou em 0,33% no acumulado dos 12 meses. Os fertilizantes, em consequência da taxa cambial, foram os grandes responsáveis por puxar o índice para baixo, com -19%. Já os agroquímicos, mesmo com a apreciação do real, tiveram aumento de 10% a 13% em média, segundo a Farsul. As sementes também registraram alta, puxada principalmente por trigo (29%) e milho (17%).