O Índice de Preços dos Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) subiu 2,9% em setembro ante agosto, para 170,9 pontos, e atingiu o nível mais alto desde março de 2015. Após registrar uma leve queda em julho, o índice tem subido fortemente, sustentado principalmente pelas altas no açúcar e um leve incremento nos lácteos, carne e óleos.
O Índice de preço do açúcar subiu 19 pontos (6,7%) em setembro ante agosto, para 304,8 pontos – quinta alta consecutiva. As recentes elevações da commodity no mercado internacional são reflexos das condições climáticas desfavoráveis em regiões produtoras, principalmente no Brasil. Relatórios de baixa produção na Índia, segundo maior produtor do mundo, e baixos estoques na Tailândia e China também ajudaram a jogar os preços para cima, informa a FAO.
O setor de laticínios teve alta de 21 pontos (13,8%), para 176 pontos em setembro. Os preços subiram em todas as categorias que compõem o índice, em particular manteiga, que foi reforçada pelos estoques reduzidos e forte demanda interna na União Europeia, explica a organização. O indicador subiu 49 pontos (38%) desde abril, sustentado pelas expectativas de queda na produção de leite nos Estados Unidos e um fraco início de safra do setor na Oceania.
O índice de preço dos óleos vegetais alcançou 172 pontos em setembro, uma alta de 1,7% ante agosto, refletindo as elevações das cotações do óleo de palma, soja e colza. Conforme a FAO, o óleo de palma continua o seu viés altista, sustentado por um desapontamento nas estimativas de produção e os baixos níveis de estoques tanto nos países importadores quanto exportadores.
Não seguindo o viés de alta dos demais, o preço internacional de carnes se manteve quase inalterado em setembro em 163,5 pontos. Desde janeiro, quanto ele alcançou o menor nível em cinco anos, o índice subiu 12,6%. O maior aumento para o ano até agora foi registrado para a carne suína, seguido por ovinos e aves, enquanto a carne bovina teve um aumento limitado. “A firme demanda internacional, em particular da Ásia, impulsionou os preços da carne suína e de aves”, diz a FAO. Enquanto isso, uma recuperação na produção de carne bovina nos Estados Unidos reduziu a necessidade de importação, contribuindo para um aumento restrito da commodity.
Em direção oposta aos demais, o índice de preços dos cereais recuou 1,9%, para 140,9 pontos em setembro, terceira baixa consecutiva, pressionada pelo amplo fornecimento global. “A produção recorde de trigo deste ano, juntamente com uma recuperação na produção global de arroz e um bom desempenho dos grãos, em especial o milho, continuam a pesar sobre as cotações dos cereais”, relata a FAO.