A produção de feijão-de-vagem passa por um fenômeno preocupante no interior de São Paulo. Como a cultura exige uma série de cuidados especiais, a falta de mão de obra tem influenciado na redução da área plantada.
Um dos locais que mais tem sofrido com a situação é a cidade de Itatiba. Uma das cinco maiores produtoras de São Paulo, a região chegou a cultivar 100 hectares e produziu 100 mil caixas em 2015. A atividade, no entanto, tem registrado queda nos útlimos anos, com redução de 20% de área em uma década.
O produtor Antônio Marassato reduziu a plantação pela metade por causa da falta de mão de obra. E a produtividade acompanhou a queda: se antes, em períodos de colheita, a propriedade mandava para o mercado 100 caixas por dia, agora o volume não ultrapassa as 400 caixas por mês. “Tem que colher no ponto, geralmente a pessoa colhe sete, oito caixas por dia. Um trabalhador bom, né? Porque tem que ser bem caprichado. Se colher mal colhida não tem preço”, disse.
Um dos cuidados que deve ser tomado é o controle de pragas e doenças. De acordo com o engenheiro agrônomo José Eduardo de Lima Pereira, é preciso ser rígido, principalmente no inverno, quando o ciclo da planta é mais longo.
“Existem algumas pragas e doenças principais da cultura, né? A antracnose, a alternaria, mancha angular. Então você tem que ter esse controle para não deixar infestar demais essas doenças”, afirma.
O feijão-de-vagem geralmente atinge o ponto de colheita entre 50 e 80 dias após o plantio. A demanda costuma ser equilibrada durante todos os períodos do ano. Uma caixa com 18 kg da leguminosa é vendida entre 30 e 35 reais.