O nematoide é uma praga silenciosa e invisível ao olho humano, que reduz a produtividade em 30%, geralmente, e pode chegar até 90%, em casos mais severos. De acordo com o professor da Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu) Luan Odorizzi, o verme vive no solo, bem próximo das raízes, o que dificulta sua detecção e, consequentemente, o controle. “Ele evita que a planta consiga absorver alguns nutrientes e sais minerais”, explica. Assim, a planta não consegue se desenvolver e há queda na produtividade.
Para tentar descobrir como controlar essa praga, pesquisadores realizam um experimento aplicando fungos e bactérias no solo. “Esses microorganismos atacam diretamente o nematoide. A teia que se forma com os fungos serve como uma proteção. No momento a praga tenta penetrar nessa raiz, o fungo acaba impedindo”, esclarece Odorizzi.
O experimento é realizado em uma plantação de milho de 300 metros quadrados. A área é dividida em 36 partes com combinações diferentes de fungos e bactérias. O objetivo é comprovar se esse tipo de controle pode ajudar a diminuir tanta perda na produtividade no caso dos nematóides.
O estudante de agronomia Luiz Eduardo Urzedo explica que a análise de eficiência dos produtos é feita a partir de amostragem de solo. “A partir da extração desses nematoides, a gente faz a contagem e vê se está reduzindo ou não a população da praga. Se o produto biológico está sendo eficiente ou não em relação ao produto químico”, conta.
A expectativa dos pesquisadores é que o controle biológico iguale ou até mesmo supere o controle químico em 2050. Segundo Urzedo, enquanto a utilização de química pode contaminar o ambiente se mal controlado, o orgânico não tem esse risco porque o microorganismo já faz parte do ambiente.