Produtores farão protesto contra Funrural em maio

Ideia é pressionar o governo para reverter decisão do STF em tornar constitucional cobrança para pessoa física 

Fonte: New Holland/divulgação

Produtores de diversos estados pretendem realizar uma manifestação contra a cobrança do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural) do empregador rural pessoa física, recentemente declarado constitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A ideia é, no dia 1º de maio, pressionar o governo para reverter a decisão.

Um dos organizares do protesto, Valdir Fries, afirma que os produtores rurais foram “esculachados” com o desfecho do caso e que diversos estados apoiam a manifestação. Ela ainda não faz uma projeção de qual serpá o número de participantes, mas acredita que a adesão será grande com base na movimentação de agricultores nas redes sociais. 

“Produtores do Rio Grande do Sul, Paraná, Pará e tantos outros já se manifestaram a favor (do protesto). O produtor vai ter que sair de casa e ir para Brasília, de forma ordenada, claro. Quando fizemos contra a lei do emplacamento, conseguimos reverter”, contou Fries, em entrevista ao Canal Rural nesta segunda-feira, dia 3. 

Um dos “alvos” do protesto de maio é a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que apoia a decisão do STF. Fries afirma que os manifestantes farão uma queima simbólica de boletos em frente à sede da entidade. 

“Agora, é uma questão jurídica e será resolvido em Brasília. É claro que fomos atrás. O deputado Luis Carlos Heize apresentou um projeto que tramita no Congresso Nacional. Uma das agendas é cobrar da frente parlamentar que leve o projeto adiante, acabando com o Funrural. Nós nunca fomos contra contribuir com a Previdência, mas o Funrural era um saco sem fundo, onde o produtor paga e não tem benefício. Eu, pagando, não serei aposentado pelo Funrural porque sou empregador. Isso revolta, nos sentimos esculachados”, destacou. 

Valdir Fries não descarta a chance de que o protesto se prolongue por mais dias, até a solução que os produtores consideram ideal. 

“Vamos agilizar um evento, uma mobilização que deve ser contínua até que possamos solucionar as questões legais”, diz.