Cada vez mais, os pequenos e médios agricultores têm acesso à tecnologia de ponta. Graças a isso, eles podem acompanhar a evolução dos implementos agrícolas que fazem a diferença na hora de preparar o solo. Em Minas Gerais, no cinturão verde de Belo Horizonte, essas tecnologias já fazem parte da rotina do pequeno produtor rural.
“Eu aprendi a trabalhar com o meu pai. Antigamente preparava o solo era na enxada.
Antes, os tratores eram ruins, quase não existia canteiradeira. O maquinário mudou demais, ajuda muito a gente. Tudo, evoluiu demais da conta”, diz o produtor rural Carlos Ventura.
A propriedade dele tem só oito hectares e dois tratores que se complementam. Enquanto um faz o arado, o outro vai preparando os canteiros. É a mecanização que deixou o trabalho mais prático, reduziu custos e aumentou a rentabilidade.
“Mudou tudo. As tecnologias embarcadas nas máquinas grandes estão também nas pequenas. Transmissão parcialmente sincronizada, motor agrícola, menor raio de giro da categoria. Isso permite trabalhar em altas rotações em baixa velocidade. E isso é fundamental para o preparo de solo”, diz Felipe Costa, coordenador de soluções em agricultura de precisão.
Ventura corrobora a técnica: “Você prepara o solo com a grade. Pode passar com ela uma vez só. Tem de ter a velocidade certa dos tratos. Não pode passar correndo. Qual é essa velocidade? O mais reduzido possível”. Ele completa que, assim, é possível quebrar bem o torrão na hora de plantar as mudas. E, com a terra “desmanchadinha e esfarinhada”, o plantio e o ciclo da planta ficam mais rápidos.
“O produtor tem de estar atento à regulagem das máquinas. Regular de acordo com a profundidade que tem de revolver esse solo. E a calibração do pneu que pode aumentar ou reduzir a compactação do solo”, afirma o engenheiro agrônomo Eduardo de Paula Simão.
Segundo o coordenador de soluções em agricultura de precisão Felipe Costa, a calibragem é muito importante, não só na teoria, mas na prática. O ideal é fazer essa verificação diariamente, mas, se não for possível, o recomendado é realizá-la no mínimo uma vez por semana.
“Os pneus bem calibrados vão distribuir de forma uniforme o peso do trator no terreno, melhorando a performance do equipamento, menor consumo e um rendimento operacional melhor”, diz Costa.
O produtor Ventura diz o que ele regula em suas máquinas: “O terceiro ponto e a altura, para não balançar para um lado nem para o outro. Regulo também a canteiradeira. Os dois bicos têm de trabalhar alinhadinhos. Faço esses procedimentos todos os dias”.
“Os tratores vêm com a transmissão parcial sincro. Com ela, é possível passar todas as marchas em movimento, inclusive a ré, ganhando rendimento operacional muito superior aos que não têm essa tecnologia. Imagina o tanto de manobras que o produtor faz por dia”, diz Felipe Costa.
E o coordenador de soluções em agricultura de precisão completa: “Com a introdução de novas tecnologias, com a informação vinda da televisão, internet, cada vez mais o produtor vem se qualificando e trazendo esse aprendizado para o dia a dia nele na propriedade. Já virou rotina isso”.