Pelo segundo ano consecutivo, foi registrado um recuo no total das exportações de café na safra 2015/2016, depois dos recordes alcançados em cada um dos quatro anos cafeeiros anteriores. O ano cafeeiro 2015/16 fechou com uma redução de 0,7% nas exportações, num total de 111,8 milhões de sacas. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira, dia 10, por meio do Relatório Mensal de Outubro sobre o mercado cafeeiro da Organização Internacional do Café (OIC).
As exportações dos três grupos dos arábicas aumentaram: 1,1% no dos suaves colombianos; 5,5%, no caso de outros suaves, e 2,6%, no caso dos naturais brasileiros. Já as exportações dos robustas caíram 6,9%, para 40,8 milhões de sacas. “No entanto, as exportações de café verde do maior produtor de robusta, o Vietnã, na verdade aumentaram 8,1%, passando a 22,3 milhões de sacas, embora esta estimativa cubra apenas o café embarcado fisicamente, e não o café liberado pelas autoridades aduaneiras”, observou o relatório.
A OIC destacou que o aumento das exportações do Vietnã foi superado, em volume, pela redução das exportações de robustas verdes da Indonésia, que caíram mais de 25% durante o ano cafeeiro, e do Brasil, que recuaram mais de 72%. As exportações de arábicas verdes do Brasil aumentaram 2,4% em relação ao ano passado, alcançando 29 milhões de sacas, um pouco menos que o pico de 29,5 milhões alcançado na safra 2013/14.
Embarques de maiores volumes também foram obtidos por diversos outros países produtores de arábicas, de acordo com a OIC. Como exemplo, citou Honduras (2,4%), Guatemala (4,2%), Etiópia (7,1%), Nicarágua (7%) e Índia (21%). As exportações da Colômbia permaneceram quase inalteradas. O aumento significativo de 42,9% alcançado pelo Peru sugere, conforme a organização, que a produção está começando a se recuperar do surto de ferrugem que afetou as duas últimas safras peruanas. As exportações de café verde do México, porém, diminuíram 3,9%, pois a ferrugem continua a ser um problema no país.
Especificamente em setembro, as exportações totalizaram 9 milhões de sacas, 1,1% acima de setembro do ano passado, de acordo com a OIC. O relatório enfatiza que, no Brasil, os embarques diminuíram 21,5%, caindo para 2,5 milhões, e, no caso dos robustas verdes, 90%. “A produção brasileira de robustas é usada basicamente para suprir a indústria interna de solúvel, mas a falta de chuvas e a queda de produção apertaram o mercado e, por um período curto, os preços locais dos robustas superaram os dos arábicas”, explicou o documento da entidade. No Vietnã, em compensação, estima-se que as exportações chegaram a aumentar 61,7%, passando a 2 milhões de sacas, o maior volume de que se tem notícia exportado pelo país em um mês de setembro.