No ano passado, as exportações brasileiras de café tiveram um decréscimo no volume na comparação com 2016, segundo dados consolidados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Com o fechamento dos dados de dezembro a entidade completou o cálculo do número total de sacas exportadas, que ficou em 30.790.974. Isso representou uma queda de 10,1% em relação ao ano anterior, que registrou 34.268.749 sacas.
A receita cambial com as exportações de café em 2017 alcançou em US$ 5,2 bilhões, contra US$ 5,4 bilhões de 2016, e garantiu ao produto a 5ª posição nos embarques totais do agronegócio brasileiro, com 5,4% de participação. O preço médio no período, cerca de US$ 169,36, foi 6,6% superior na comparação com o ano anterior.
“O ano civil de 2017 teve como resultado total das exportações o embarque de 30,7 milhões de sacas de café, seguindo o que era previsto pelo mercado, com o fator climático sendo o protagonista, influenciando os últimos anos da produção, de forma negativa, a exemplo da forte redução das exportações no ano de 2017 dos cafés conilon”, afirma o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes.
Para 2018, o Cecafé observa que a recuperação deve chegar no segundo semestre, com a expectativa de entrada da próxima safra. “A partir de 1º de julho, ao que tudo indica, teremos uma boa safra como resultado de novos plantios, bons tratos culturais e o bom índice pluviométrico que atinge todo o parque cafeeiro até o momento, indicando um cenário com resultado otimista. Importante salientar que os estoques de passagem, cafés das safras remanescentes, no momento da entrada da safra 2018/2019, deverão ser ‘os mais baixos historicamente’, porém temos que acompanhar o desempenho das exportações mais o consumo interno neste primeiro semestre de 2018”, conclui.
No total do ano de 2017, os cafés verdes somaram 27.312.620 sacas (27.020.364 sacas de arábica e 292.256 de conilon). Já os cafés industrializados tiveram uma queda de 10,9% na comparação com o total exportado em 2016, registrando 3.478.354 sacas embarcadas, sendo 3.453.106 sacas de café solúvel e 25.248 sacas de café torrado e moído.
Dezembro de 2017
Somente em dezembro de 2017 foram exportadas 2,9 milhões de sacas, com receita cambial de US$ 483,1 milhões e preço médio de US$ 164,60. Os cafés verdes somaram 2.577.324 sacas (2.531.604 sacas de arábica e 45.720 sacas de conilon) e os cafés industrializados corresponderam a 357.967 (sendo 356.049 sacas de café solúvel e 1.918 sacas de café torrado e moído).
Principais destinos
No compilado do ano civil de 2017, os Estados Unidos mantiveram a liderança como o país que mais recebeu café exportado do Brasil, com 6.125.635 sacas (19,9%). Na sequência, aparece a Alemanha com 5.524.829 sacas (17,9%). O ranking tem ainda a participação da Itália com 2.781.300 sacas (9%), Japão com 2.094.252 sacas (6,8%) e Bélgica com 1.772.074 sacas (5,8%). Destaque ainda para o aumento na exportação para a Turquia (7,5%) e Rússia (1,2%), com 908.466 sacas e 990.299 sacas, respectivamente.
Cafés diferenciados
No ano civil de 2017, as exportações de cafés diferenciados (aqueles que têm qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis) corresponderam a 5.133.792 sacas, representando 16,7% do total de café embarcado no ano passado. A receita cambial dessa modalidade foi de US$ 1,02 bilhão no acumulado de 2017, correspondendo a 19,6% do total gerado com os valores da exportação de café. O preço médio dos cafés diferenciados ficou em US$ 199,59.
Os 10 maiores países importadores de cafés diferenciados representam 84,6% dos embarques com diferenciação. Os Estados Unidos são o país que mais recebe cafés diferenciados do Brasil, com 1.170.757 sacas exportadas, o que corresponde a 22,8% da modalidade. A Alemanha conquista o segundo lugar – posição em 2016 ocupada pelo Japão – com 13,8% (708.060 sacas), seguida da Bélgica, com 11,5% (591.831 sacas), Itália, com 10% (511.819 sacas) e Japão, com 9,6% (492.913 sacas).
Portos
Em 2017, o Porto de Santos se manteve na liderança como a principal via de escoamento da safra para outros países, com 84,9% (26.130.205 sacas embarcadas) de participação. Os portos do Rio de Janeiro seguem em segundo lugar, com 10,9% (3.348.821 sacas embarcadas) de participação no ano.