Café: Maggi adia decisão sobre importação após produtores garantirem oferta

A decisão foi tomada após produtores do Espírito Santo garantirem que há uma oferta de 4 milhões de sacas não apurada em levantamento da Conab

Fonte: Governo do Espírito Santo/divulgação

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, decidiu nesta terça-feira, dia 7, adiar o pedido de liberação da importação de café conilon que seria feito à Câmara de Comércio Exterior (Camex). A decisão foi tomada após produtores do Espírito Santo garantirem que há uma oferta de 4 milhões de sacas não apurada no levantamento feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A reunião do ministro com produtores foi marcada a pedido do presidente Michel Temer (PMDB) para evitar desgaste político com aquele Estado. O ministro, porém, pediu aos cafeicultores uma relação de todos os municípios onde haveria estoques de café e em quais armazéns o produto poderá ser retirado para ser ofertado ao mercado.

No encontro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontou que os estoques de conilon estavam em 2,8 milhões de sacas em janeiro deste ano e que chegariam a um déficit de 1,274 milhão de sacas em maio, quando a oferta aumentará por conta do início da colheita da nova safra. Por isso, Maggi e a Conab sugerem a liberação da importação de 1 milhão de sacas para o abastecimento interno, com a internação de 250 mil sacas de café por mês entre fevereiro e maio com alíquota de 2%. Caso haja a necessidade de uma importação maior, a alíquota seria de 35%.

“Se vocês me provarem que tem esse número (de 4 milhões de sacas) não tem mais assunto. Agora, se não provarem, haverá a importação”, disse Maggi aos produtores, segundo interlocutores que acompanharam a reunião. Na segunda-feira, dia6, em São Paulo, Maggi reafirmou estar convicto da necessidade de importação do café. O porta-voz dos produtores, deputado federal Evair Vieira de Melo (PV-ES), prometeu apresentar a relação com a oferta de café pedida por Maggi o mais breve possível.

O secretário de Política Agrícola, Neri Geller, admitiu que o adiamento da decisão de recorrer à Camex foi por pressão política, mas bancou o levantamento da Conab, que aponta déficit na oferta do tipo de café utilizado principalmente pela indústria processadora. “O setor tem representatividade política grande e essa representatividade se movimentou. Mas a Conab foi ao Espírito Santo, fez o levantamento e temos convicção de que os números são esses mesmos”, afirmou Geller após a reunião.