O presidente da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), Carlos Paulino da Costa, afirmou nesta quinta-feira, di 9, duvidar que o governo irá autorizar a importação de café conilon, principalmente por conta da pressão de políticos do Espírito Santo. O governo estima um déficit de 1,2 milhão de sacas deste tipo café em maio, principalmente por conta da quebra na safra daquele estado e o Ministério da Agricultura defende a autorização para importar 1 milhão de sacas nos próximos quatro meses.
“O conilon é um problema do Espírito Santo, mas eu duvido que o governo irá autorizar a importação de café. A classe política do Espírito Santo é muito unida e essa força política é mais forte que o mercado”, disse Paulino. “Não sei se o governo vai ter peito suficiente para topar com esses deputados”, completou o presidente da Cooxupé, referindo-se à bancada do setor capixaba na Câmara dos Deputados.
Apesar de estimar que em 2017 a oferta do arábica, o grão comercializado pela Cooxupé, será menor do que a demanda, Paulino da Costa avalia que “está fora de cogitação” a importação deste tipo de café. Segundo ele, a demanda será regulada pela queda nas exportações. “Não vejo oportunidade de importar arábica. Se podemos exportar até 38 milhões de sacas e o consumo interno é 21 milhões e 22 milhões, a preferência é o mercado interno. Por isso, pode diminuir a exportação”, disse Paulino.
Apesar de os dados do Conselho dos Exportadores de Café do Basil (CeCafé) de janeiro serem divulgados ainda nesta quinta, a Cooxupé estima que as vendas externas devem somar 2,6 milhões de sacas, uma queda ante o total de 3 milhões de sacas de dezembro de 2016.