A quebra na safra de cana-de-açúcar 2016/2017 no Centro-Sul, iniciada em abril, é da ordem de 35 milhões de toneladas, estimou nesta terça-feira, dia 18, o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues, nos bastidores da 16ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, em São Paulo. “A expectativa é de que a moagem venha para o limite inferior de nossa banda de projeção, a 605 milhões de toneladas”, afirmou.
A redução na disponibilidade de cana deve-se, principalmente, às adversidades climáticas ao longo da temporada. Conforme Padua, Goiás foi o estado mais prejudicado e deve encerrar a colheita mais cedo. Em São Paulo, a região de Ribeirão Preto foi pouco afetada. Em sua avaliação, o Centro-Sul como um todo processará até o fim de 2016 cerca de 595 milhões de toneladas de cana, deixando para a entressafra (janeiro, fevereiro e março) aproximadamente 10 milhões de toneladas.
O executivo também afirmou que o ciclo 2017/2018, cujo início oficial é em abril de 2017, terá “certamente” moagem menor que a de 2016/2017. Segundo ele, isso ocorre porque haverá menos cana bisada para ser processada na próxima temporada, com efeitos negativos das geadas deste ano sobre o rendimento e, principalmente, porque os canaviais “serão os mais velhos dos últimos anos”. “Para cada 0,1 ano de envelhecimento, perde-se 1 tonelada de cana por hectare”, afirmou, lembrando que a renovação das plantações neste ano ficou aquém dos 16% a 18% ideais. “Não tem como a safra do ano que vem ser maior”, concluiu.