A produção total de cana-de-açúcar na safra 2018/19, iniciada oficialmente em 1º de abril passado, está estimada em 625,96 milhões de toneladas, o que corresponde a uma redução de 1,2% em relação à safra 2017/18 (633,26 milhões de toneladas). Os dados fazem parte do 1º Levantamento da Safra 2018/2019 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira, dia 3.
Conforme a Conab, a área colhida está estimada em 8,61 milhões de hectares, com queda de 1,3%. “A menor área derivou do desempenho da Região Centro-Sul (-1,5%), particularmente de São Paulo. O maior produtor nacional deverá ter uma redução na área de 118,6 mil hectares, resultante, em grande parte, da devolução de inúmeras propriedades arrendadas ou pela rescisão de contrato com fornecedores, sobretudo, aqueles com áreas mais distantes da unidade de produção e/ou com baixos rendimentos”, informa a estatal, no boletim.
Em Goiás, segundo produtor nacional, as áreas de expansão para a cultura estão a cada safra se tornando mais escassas, principalmente aquelas próximas às usinas de esmagamento. No entanto, nas áreas onde se observa a renovação, essa prática está sendo realizada com a utilização de novas variedades mais produtivas, informa a Conab. A área colhida deve ser semelhante à safra passada, estimada em 909,8 mil hectares.
“Se confirmada, será a segunda queda consecutiva na área a ser colhida”, diz a Conab sobre o plantio de cana em 2018/19. As Regiões Norte, Sul e Sudeste devem ter redução na área, enquanto a Região Centro-Oeste e a Sudeste devem manter a área total a ser colhida.
A produtividade média estimada para a temporada 2018/19 é de 72.671 kg/ha, bem próxima da alcançada nas duas últimas safras, que foi de 72.623 kg/ha na safra 2016/17 e 72.543 kg/ha na safra 2017/18. “O envelhecimento das lavouras, a baixa taxa de renovação, a falta de investimento em algumas regiões e a redução do pacote tecnológico têm mantido as médias brasileiras inferiores a 80.000 kg/ha”, explicam os técnicos da Conab.
A pesquisa mostra, ainda, que a melhoria na qualidade da cana-de-açúcar motivou o aumento de 1,4% na produção total de etanol, que deverá atingir 28,16 bilhões de litros. Entre outros motivos, a opção pelo combustível seria por causa da queda dos preços do açúcar no mercado internacional.
No caso do etanol anidro, usado na mistura com a gasolina, o aumento é de 7% na produção, para 11,86 bilhões de litros, “com elevação justificada pelo maior consumo de gasolina que vem persistindo nos últimos anos”. Já a produção de etanol hidratado, que é o próprio álcool biocombustível nas bombas dos postos, deverá ser de 16,3 bilhões de litros, com uma queda de 2,3% (menos 380,38 milhões de litros).
Como consequência do aumento do etanol, a produção de açúcar deverá ficar em 35,48 milhões de t, ou seja, uma retração de 6,3%, em comparação com a safra 2017/18 (37,87 milhões de t), como reflexo da maior produção mundial do alimento, segundo a Conab.