O alto custo do milho e da soja já provocou o fechamento de duas unidades agroindustriais do setor avícola no Rio Grande do Sul. Os criadores, agora, pedem apoio do governo para saírem da crise que atinge também outros estados.
O estado produz, anualmente, seis milhões de toneladas de milho. Exatamente o volume que o setor avícola do estado necessita para alimentar a criação. Com o aumento das exportações do grão, os avicultores estão precisando importar o produto. Nos últimos 60 dias, 300 mil toneladas foram compradas da Argentina.
A soja, outro componente da ração animal, também está com o preço mais alto. Na última semana, a tonelada do farelo superou R$ 1.500 e o milho oscilou na casa de R$ 62 a saca de 60 quilos. Com isso, neste primeiro semestre, o custo de produção do frango vivo aumentou aproximadamente 30%, provocando o fechamento de duas unidades agroindustriais e a demissão de 450 funcionários.
“Isto está gerando um problema muito sério na avicultura. Já tivemos frango passando fome. Estamos preocupados com isso e estamos atentos”, diz o presidente da Associação de Avicultura e Sindicato da Indústria de Produtos Avícolas no Rio Grande do Sul, Nestor Freiberger.
Para a associação, uma das alternativas é o aumento da produção de grãos, por meio de incentivos governamentais, para que a produção fique no Brasil e seja direcionada para os avicultores.
“Estamos trabalhando com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para que atenda um pleito nosso, para que a gente possa importar mais milho com isenção do PIS e Cofins. O estado do Rio Grande do Sul já deu deferimento do ICM. Esse conjunto de ações precisam ser tomadas. Governos estaduais e federal também precisam nos ajudar para que possamos sair desse cenário”, salienta o presidente.