Greve de fiscais pode prejudicar exportações de milho

Alerta é dos exportadores de cereais, pois sem a emissão de certificados fitossanitários, os navios não poderão descarregar em outros países

Fonte: Danoil Bianchi/Arquivo Pessoal

A greve dos fiscais agropecuários federais, iniciada na última quinta, dia 17, pode trazer prejuízos aos produtores de milho e comprometer a imagem do Brasil como exportador de grãos. A avaliação é da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).

Segundo o diretor-geral da entidade, Sérgio Mendes, recentemente a Anec revisou para 30 milhões de toneladas a expectativa de exportação de milho em 2015, ante uma projeção inicial de 19 milhões de toneladas. O produto tem sido destinado principalmente a países asiáticos e do Oriente Médio.

– A greve é preocupante. Agora que estamos batendo recordes de produção de milho e começamos a ganhar a confiança dos importadores, acontece isso. Meu temor é em relação à nossa imagem como exportadores confiáveis – comenta Mendes.

Os fiscais agropecuários federais são responsáveis pela emissão de certificados fitossanitários para as cargas exportadas (grãos, carnes e outras). Os documentos são emitidos após o navio deixar o porto.

Conforme o dirigente, se as embarcações que deixaram os portos brasileiros e chegarem a seus destinos e os certificados ainda não tiverem sido emitidos não poderão descarregar. A preocupação aumenta porque um navio para o Oriente Médio demora em torno de 12 dias para chegar ao destino.

Se a greve se estender, exportadores brasileiros podem deixar de receber pela carga e terão de arcar com a multa cobrada do navio por esperar para descarregar, que gira entre US$ 20 mil e US$ 30 mil por dia.

Para o diretor da Anec, se o setor verificar que as demandas dos fiscais são legítimas deverá procurar os ministérios da Agricultura e do Planejamento para pressionar por uma solução imediata.

Veja a entrevista de Sérgio Mendes ao Mercado & Companhia: