Tempo seco ajuda colheita da soja, mas tendência é de queda nos preços

Confira as principais notícias sobre dólar, mercado agrícola e previsão do tempo para começar o dia bem informado

Fonte: Jonas Oliveira/ANPr

Chicago
Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a sexta-feira, dia 19, com preços em alta, pela quinta sessão consecutiva. O mercado atingiu os melhores níveis em quinze dias.

Além da preocupação com as lavouras argentinas, o mercado recebeu impulso dos sinais de demanda pela soja americana. As exportações semanais dos Estados Unidos superaram a expectativa do mercado.

As exportações líquidas norte-americanas de soja, referentes à temporada 2017/2018, com início em 1° de setembro, ficaram em 1,240 milhão de toneladas na semana encerrada em 11 de janeiro. O número ficou bem superior à semana anterior e 31% acima da média das últimas quatro semanas.

Para a temporada 2018/2019, foram mais 287,7 mil toneladas. Os analistas esperavam entre 800 mil e 1,35 milhão de toneladas, somando as duas temporadas. As informações foram divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Brasil
No mercado interno, o dia foi de lentidão nas diversas praças de comercialização do país. Com uma semana positiva em Chicago, a oleaginosa encerrou novamente com ganhos, trazendo uma alta consistente para as cotações internas.

Entretanto, a moeda norte-americana registrou sua terceira queda seguida, impedindo uma melhor valorização nos preços. Rumores apontam que aproximadamente 60 mil toneladas foram negociadas em São Paulo ao longo da semana, onde cerca de 20 mil foram na sexta-feira.

Expectativa
O mercado segue de olho nas condições climáticas para o desenvolvimento da nova safra da América do Sul. Na Argentina, os últimos 7 dias foram positivos para as lavouras, com registro de bons volumes acumulados de precipitações na maior parte da região produtora. Apesar disso, as previsões para os próximos 14 dias indicam poucas chuvas nas principais províncias, o que pode voltar a preocupar o mercado.

Além disso, sinais de demanda pela soja dos Estados Unidos também podem chamar a atenção, embora este fator continue sendo secundário neste momento.

Os mapas climáticos apontam para um tempo seco sobre a faixa central do Brasil nos próximos 7 dias, o que deverá favorecer o início dos trabalhos de colheita da nova safra no Centro-Oeste e no Sudeste, regiões que já começam a colocar as máquinas em campo.

Para a região Sul, são esperadas novas chuvas nesta semana, o que deverá ser benéfico para o Rio Grande do Sul, que ainda precisa de umidade, mas pode atrapalhar o início dos trabalhos de colheita no Paraná.

Nestas condições, o Brasil se encaminha para colher mais uma grande safra, com grandes produtividades e problemas apenas localizados. Tal fato deve impedir ajustes positivos maiores em Chicago, e o mercado deverá sentir a sazonalidade da entrada da safra brasileira a partir da segunda quinzena de fevereiro.