O Instituto Riograndense do Arroz (Irga) divulgou nesta segunda-feira, dia 20, um levantamento que mostra as perdas na cultura em função dos temporais da semana passada. Segundo os dados, as lavouras mais afetadas ficam na fronteira oeste do estado, região central e planície costeira. O granizo atingiu mais de 1,1 mil hectares, sendo que 11 mil sofreram acamamento e outros 14 foram tomados pela enchente.
Diante desta mudança no tempo, o que mais preocupa o instituto, no entanto, é o frio que fez no estado no início de março, quando 26% da área de arroz já estavam prontas para ser colhida. “O que mais preocupa são esses 260 mil hectares que tiveram frio no período reprodutivo, onde a redução pelo frio pode chegar a 30% da produtividade estimada”, analisou o gerente da divisão de pesquisa do Irga, Rodrigo Schoenfeld.
Come esses problemas, a expectativa de supersafra acabou ficando para trás e o instituto acredita que o estado possa colher 8,3 mil toneladas do arroz. “Nenhum dos nossos dados indica uma supersafra e sim uma safra dentro da normalidade”, disse Schoenfeld.
Além do prejuízo na produção, os produtores estão enfrentando um preço pouco atrativo. O valor médio pago pela saca é de R$ 42 e a orientação da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz) é para que o produtor trave o preço.
“ O que nós estamos recomendando é que o produtor rural tente de alguma forma não vender a menos de R$ 45 o seu saco de arroz, nem que pra isso tenha que nos procurar para que nós possamos, inclusive, orientar e colaborar pra que esse produtor possa ter um lucro mínimo nessa altura da safra”, disse o diretor-executivo da Federarroz, Anderson Belloli.