Os parlamentares da bancada ruralista decidiram nesta terça, dia 23, manter apoio aos projetos do governo federal, mesmo após as denúncias que envolvem o presidente Michel Temer. Apesar de a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) ser formada por diferentes partidos e com posicionamentos diferentes, a maioria dos participantes do encontro realizado em Brasília são da base aliada do governo.
“O presidente não tinha uma aprovação popular e nós sabemos disso. No entanto, ele tinha aprovação dentro do Congresso e se a aprovação persistir, vai permitir que a gente avance nas reformas, o que é ideal para o Brasil. O que nós não podemos perder é a governabilidade, porque os avanços, através das reformas, têm que acontecer”, disse o deputado federal Marcos Montes (PSD-MG).
A necessidade em aprovar as reformas propostas pelo governo Temer foi o principal ponto defendido pelos líderes da bancada ruralista na hora de manter o apoio ao peemedebista. “Se o projeto fosse de qualquer governo, nós estaríamos apoiando, pois são projetos para o Brasil e nós estamos defendendo o nosso país”, ressaltou o presidente da FPA, deputado Nilson Leitão (PSDB-MT).
Com a crise política, as negociações sobre o refinanciamento do passivo do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural) ficaram suspensas, mas vão voltar à pauta do governo nesta semana. A medida provisória que vai regulamentar o tema já estava pronta para publicação, mas, a pedido da bancada ruralista, o presidente Temer decidiu adiar a divulgação para que se inclua um pedido dos parlamentares, que querem que a dívida só comece a ser cobrada a partir de 2018. Antes, a equipe econômica previa que 5% do valor total deveria ser pago ainda neste ano.
“Nós queremos colocar vários temas para editar a Medida Provisória, como fazer todos os estudos que seja possível. Nós já dissemos que queremos que qualquer cobrança seja a partir de 2018 e todos esses debates serão incluídos nessa nova edição do Funrural”, comentou Leitão.
Entre os parlamentares da bancada ruralista, no entanto, há quem duvide que o pedido realmente vai ser atendido.”Se o governo editar uma medida provisória a qualquer momento, será uma decisão do governo e nós vamos trabalhar dentro da comissão especial que será criada com emendas pra tentar adequá-la. A proposta do governo não tem o nosso aval, mas há possibilidade que, a qualquer momento, o governo por deliberação própria edite uma medida provisória”, disse o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS).