As grandes empresas compradoras de café criaram uma espécie de manual de boas práticas para o agricultor. A proposta é obter produtos dentro dos parâmetros ambientais, respeitando as leis trabalhistas. O produtor que seguir a cartilha também receberá preços melhores pela saca do grão.
A família de Gilberto Paiva trabalha na produção de café há quatro gerações. A propriedade dele, que fica em Espírito Santo do Pinhal, interior paulista, possui 1 hectare e meio plantado, ou seja, aproximadamente 5 mil pés que estão em processo de melhoria continua. Uma das preocupações é com sustentabilidade.
“Eu procuro fazer tudo como se deve. Adubação mesmo que seja a quimica eu deixo a mata pra proteger o solo. Proteger as nascentes. Usar as quantidades corretas de agrotóxicos. Seguir no máximo possível tudo que é recomendado”, diz Paiva.
Algumas das praticas adotadas pelo produtor fazem parte do currículo de sustentabilidade do café, criado pela Plataforma Global do Café (PGC), uma associação de membros de toda a cadeia produtiva para melhorar a sustentabilidade da produção nacional e mundial.
Ddos procedimentos recomendados, 18 itens são primordiais e foco do projeto, com destaque para uso correto dos depósito para acomodar agrotóxicos e conservação das nascentes.
Pedro Roncá, diretor da P&A MKT Internacional, são itens de grande desafio devido à estratificação de produção do grão no país. “Tem região que cumpre mais itens, outras menos, mas de forma geral, esses pontos são os mais importantes porque têm reflexo na saúde do produtor e na questão do meio ambiente e da preservação. Não contaminar o meio ambiente e possibilitar o lucro é a chave da coisa”
Segundo Roncá existem benefícios adicionais que se estendem à gestão do produtor, controle de custo. “Ele passa a ter organização na propriedade, com isso corre memos riscos de ser penalizado com multas porque cumpre a legislação do Brasil quando se adéqua a esses 18 itens. Ele tem um café de melhor qualidade, maior produtividade e abertura de mercado, já que é cada vez maior a procura por cafés produzidos com boas práticas”.
Para que as recomendações cheguem aos cafeicultores, cerca de 1300 funcionários de cooperativas foram treinados e repassam informações aos produtores.