A taxa de permanência de pessoas no campo aumentou na última década, segundo apontou um levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Ações de governo como as da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), que pretendem despertar o empreendedorismo em jovens produtores rurais, são vistas como um estímulo na sucessão familiar.
Aos 22 anos, o criador de aves Tiago Oro já havia iniciado o próprio negócio no campo. Filho e neto de criadores de aves, o engenheiro agrônomo sempre viveu na área rural com a família, mas fez o curso superior na cidade. Depois que se formou, no entanto, começou a trabalhar com consultoria, até que sentiu que era hora de apostar em algo maior. Agora, com 30 anos, ele cria 270 mil aves e fornece o produto a uma indústria integradora.
“Surgiu essa oportunidade da construção dos aviários. Vendo que ia ficar dentro de casa, tendo meu próprio negócio, eu decidi e resolvi: vou seguir minha carreira, com meu próprio negócio”, disse.
O caso do Tiago é o clássico exemplo do que um programa da Emater do Distrito Federal pretende implementar na região. O projeto é voltado para o público entre 15 a 29 anos e tem o objetivo de despertar o lado empreendedor dos jovens e garantir a autonomia econômica.
“Esse programa organiza um conjunto de serviços para colocar à disposição do jovem. Primeiro capacitando o jovem para que ele possa fazer as suas escolhas. Nosso programa possibilita, inclusive, uma linha de crédito específica para ele montar um pequeno negócio, para ofertar serviços, seja de qual natureza for”, disse o presidente da Emater do Distrito Federal, Argilei Martins.
Quando começou a criar aves, há oito anos, Tiago não tinha nada, mas tomou coragem e pegou um empréstimo de 200 mil reais para construir o primeiro galpão com 27 mil aves. Hoje,a produção é 10 vezes maior e a expectativa é continuar crescendo.
O dado de que a permanência no campo aumentou, na visão da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), está diretamente relacionado com ações do governo que evitam o êxodo rural dos jovens.
“O jovem sai do campo em busca de oportunidades melhores, mas se ele tiver uma casa boa pra morar a história pode ser diferente. O programa Minha Casa Minha Vida Rural, por exemplo, ajudou muito pra permanência do jovem no campo. Acho que os institutos federais contribuem para que o jovem permaneça no campo, porque todo jovem quer ter uma vida digna, ter condição e sentir feliz no espaço que está”, avaliou Dorenice Cruz, secretária-geral da Contag.
Quem estiver entre 15 e 29 anos e tem interesse em participar do programa da Embrapa do Distrito Federal pode entrar em contato com a entidade pelo telefone: (61) 3369-1327