A safra brasileira de soja 2017/2018 deve chegar a 112,9 milhões de toneladas, de acordo com a INTL FCStone. Este número é 1,6% maior do que a previsão anterior divulgada pela consultoria, que estimava 111,1 milhões de toneladas. Ainda assim, o volume segue abaixo do ciclo 2016/2017.
Segundo a analista de mercado Ana Luiza Lodi, o ajuste é resultado de revisões nas expectativas para a produtividade em alguns estados. “Isso levou o rendimento médio do Brasil para 3,23 tonelada por hectare. A área plantada foi mantida em 35 milhões de hectares”, explica.
Com o andamento da colheita, os resultados das lavouras têm sido positivos, com destaque para os bons rendimentos em estados do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e do Centro-Oeste.
Por outro lado, no Paraná tem se registrado produtividades variadas e, em alguns casos, abaixo do esperado. Contudo, como a colheita ainda não chegou à metade no estado, as expectativas da consultoria são de rendimentos em ascensão.
Para a primeira safra de milho 2017/2018, a consultoria trouxe uma queda em sua estimativa de produção, que recuou de 23,9 para 23,4 milhões de hectares. Ana Luiza explica que a mudança foi motivada pelos “números de rendimento de estados do Sul do país, onde a colheita tem mostrado um resultado um pouco abaixo do que se esperava anteriormente. Com isso, a produtividade média estimativa para o Brasil ficou em 4,83 toneladas por hectare”, explica Ana Luiza, em relatório.
A produção da ‘safrinha’ também teve seu número puxado para baixo, ficando em 62,8 milhões de toneladas – mais de 400 mil toneladas em comparação ao número de fevereiro.
Ainda de acordo com relatório divulgado, esse ajuste decorreu de reduções na área plantada dos estados de Goiás e Mato Grosso do Sul, devido aos atrasos ocorridos no ciclo da soja com impactos sobre a janela ideal de plantio do milho. Em Mato Grosso, por outro lado, destaca-se que o cereal de inverno deve ter seu plantio finalizado dentro do melhor período, até aproximadamente o dia 10 de março.
Com as novas baixas, a produção total de milho foi estimada em 86,2 milhões de toneladas, queda de 1% em relação às 87,1 milhões de toneladas previstas em fevereiro.
Oferta e demanda
Para o balanço de oferta e demanda de soja, destaca-se a elevação da estimativa de exportações para 67 milhões de toneladas, volume que deve ser favorecido pela redução da safra argentina. “Esse volume ainda é mais baixo que o alcançado em 2017, já que a produção estimada também está menor”, explica Ana Luiza Lodi, da INTL FCStone. Os estoques devem ficar abaixo de 1 milhão de toneladas, com uma relação estoque/uso de apenas 0,5%.
Já em relação ao milho, mesmo com as quedas na estimativa de produção, os estoques devem continuar bastante elevados, alcançando quase 18 milhões de toneladas.
Destaca-se, pelo lado da demanda, um corte no consumo interno, uma vez que a demanda para ração não está tão aquecida.