A produção de soja de Santa Catarina em 2017/18 deve atingir 2,52 milhões de toneladas, aumento de 5% ante o ciclo anterior. Se atingido, o volume será recorde, segundo a secretaria de agricultura do estado, que fez a projeção com base em levantamento do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa).
O crescimento leva em conta aumento de 8% na área plantada, que soma 708 mil hectares. O avanço da soja se deu sobre áreas antes ocupadas com milho, pastagens, feijão e frutas. A produtividade esperada é de 3,5 toneladas por hectare.
Segundo as estimativas do Epagri/Cepa, a região de Xanxerê terá a maior produção do estado, de 522 mil toneladas, crescimento de 6% em relação à safra anterior. Em nota, o secretário da agricultura, Moacir Sopelsa, atribui o aumento da produção ao potencial de rentabilidade da soja.
“Os agricultores fazem suas contas e optam pelo que é mais rentável. Em Santa Catarina, a produção de soja está diretamente ligada à cadeia produtiva de carnes”, diz ele. A soja também se tornou importante item na pauta de exportações do estado: de janeiro a novembro de 2017, o estado embarcou para o exterior 1,8 milhão de toneladas da oleaginosa, incremento de 18% ante o ano anterior.
Conforme o Epagri/Cepa, as regiões de Chapecó, Xanxerê e São Miguel do Oeste têm em torno de 5% da área colhida, principalmente de variedades precoces. “As demais áreas se encontram em fase de enchimento de grãos e maturação. Após 15 de fevereiro os trabalhos de colheita se intensificam nessa região, devendo avançar rapidamente se as condições climáticas continuarem com poucas chuvas”, apontou o órgão.
Na região de Campos Novos, Curitibanos e Caçador, a avaliação é de que a estiagem no início de dezembro não deverá afetar significativamente as lavouras. A maior parte das plantações tem bom desenvolvimento até agora. “O retorno das chuvas mais regulares desde meados de dezembro aponta para um boa produtividade”, diz o Epagri.
Nos campos de Lages, chuvas insuficientes na segunda quinzena de janeiro podem comprometer a produtividade, mas o desempenho das chuvas na região em fevereiro será decisivo para a consolidação do rendimento, porque cerca de 80% das lavouras estão na fase inicial de enchimento de grãos.
Na região norte, 80% das lavouras se encontram em enchimento de grãos e os relatos são de bom desenvolvimento, uma vez que após 20 de dezembro as precipitações se normalizaram na região. Em janeiro, chuvas mais intensas causaram mofo branco em algumas lavouras. Ainda conforme o Epagri, o regime de chuvas nos próximos 15 dias será determinante para repetição dos índices de produtividade da safra anterior.