Com calendário de plantio diferente da maior parte das regiões produtoras de soja no Brasil, Roraima é o primeiro estado a colher a safra 2016/2017. São cerca de 25 mil hectares de cultivo, com expectativa de produção de 75 mil toneladas e produtividade acima de 50 sacas por hectare.
A abertura oficial da colheita no estado aconteceu em Boa Vista no sábado, dia 3. Autoridades prestigiaram o evento, como o secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, o senador e presidente nacional do PMDB, Romero Jucá, e a governadora de Roraima, Suely Campos.
O estado é considerado a nova fronteira agrícola do país. O presidente da Comissão Organizadora da Colheita da Soja em Roraima, Marlon Buss, acredita que a área de produção deve dobrar em um ano. O vice-presidente da CNA (Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária), José Mário Schreiner, afirma que as condições para o crescimento da atividade em Roraima são extremamente favoráveis.
Reserva legal
Durante o evento de abertura da colheita, a governadora Suely Campos assinou decreto que altera a área de reserva legal de 80% para 50% nas propriedades rurais dos municípios de Alto Alegre, Amajaraí, Iracema e Mucajaí. A mudança é justificada pelo Código Florestal, que prevê a redução da reserva na Amazônia Legal desde que o município tenha mais de 50% do território ocupado por unidades de conservação ou terras indígenas homologadas. O decreto não permite novos desmatamentos, mas regulariza áreas que já foram desmatadas.
Atualmente, a produção de soja em Roraima concentra-se na região onde a vegetação predominante é o cerrado, com exigência de reserva legal de 35%. É o caso da fazenda Luana Luiza, que fica em Boa Vista e onde foi realizada a colheita comemorativa neste fim de semana.