O mercado brasileiro de trigo ainda avalia o avanço da colheita nas principais regiões produtoras do Brasil e também na Argentina. Segundo o analista de Safras & Mercado, Jonathan Pinheiro, na semana passada, o principal destaque foi o bom progresso dos trabalhos no Rio Grande do Sul, atingindo 24% da área plantada, refletindo a preocupação dos produtores em relação ao clima, que preferiram acelerar os trabalhos a fim de reduzir os riscos ao trigo.
Já no Paraná o avanço segue normalmente, atingindo 83%, e em ambos os casos há preocupações em relação a perdas de produtividade e qualidade, tendo em vista as diversas intempéries climáticas que vem afetando a cultura desde o início da safra.
“A expectativa do mercado é de redução na produção, que já vêm apresentando evolução dos preços em relação a isso, além do fator cambial que favorece o cereal brasileiro”, analisou Pinheiro. Já na Argentina a colheita chega a 2,8% da área plantada.
Tendência
No mercado interno brasileiro, a tendência de curto prazo, com o ingresso da safra nova será de queda mais acentuada das cotações, devido à entrada considerável do produto em um curto espaço de tempo.
“As eventuais reduções de produtividade não deverão causar sustentação aos preços, já que o mercado internacional segue praticando preços inferiores, pelas paridades de importação, sendo alternativa atrativa a indústria nacional”, disse.
Para o mercado internacional, as atenções se voltam para os elevados estoques finais mundiais, que mesmo com eventuais reduções da produção norte-americana, tendem a seguir pressionando os preços de referência mundial nas bolsas internacionais.
No longo prazo, a partir do ingresso da safra nova paranaense os preços domésticos tendem a descolar para baixo da realidade internacional. “Mesmo assim, as cotações podem ficar em níveis superiores aos de igual momento do ano passado. Os preços internacionais na temporada 2017/2018 ficarão acima dos verificados no ciclo anterior, porém, abaixo dos níveis praticados no ciclo 2015/2016”, finalizou.