Uma portaria publicada na última semana no Diário Oficial da União (DOU), estabeleceu o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para trigo sequeiro plantado no Paraná na safra 2017/2018.
O instrumento define os municípios aptos ao cultivo do cereal e identifica os níveis de risco em cada decêndio, classificando em 20%, 30% e 40% o risco de perda da safra, caso ocorra algum evento climático adverso.
Para a safra 2017/2018 praticamente todos os municípios tiveram alterações nas classificações de risco dos decêndios de plantio, em sua maioria com definição de riscos menores que o da temporada anterior. Poucos não tiveram qualquer tipo de alteração, como Palmas e Santo Antônio do Sudoeste.
Municípios como Carambeí, Ibiporã, Santa Tereza do Oeste e Tibagi tiveram ampliação de suas janelas de plantio. As mudanças mais expressivas ocorreram para os municípios de Curiúva, Figueira, Jaguariaíva, Sapopema e Ventania, especialmente com antecipação da janela de plantio. São José da Boa Vista é um dos poucos casos de atraso no período de plantio anteriormente vigente, nesse caso de três decêndios para cultivares do grupo I.
De acordo com a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), o produtor deve consultar quais os níveis de risco com a sua seguradora, pois algumas empresas adotam todos os níveis (20%, 30% e 40%), enquanto outras somente o risco mais baixo, de 20% de perda.
Devido às alterações, o produtor ou o responsável técnico devem ficar atentos e consultar a portaria no site do Ministério da Agricultura ou por meio do Sistema Siszarc.
O novo Zarc do trigo atende uma demanda da Comissão Técnica de Cereais da Faep, após avaliar que o antigo instrumento induzia produtores a plantar em períodos impróprios. A entidade solicitou, junto ao Ministério da Agricultura e a Embrapa novos estudos para melhorar a metodologia da pesquisa.
O estudo expressa com maior precisão os riscos de geada e de chuva excessiva, visando mitigar os riscos de produção. O trigo possui um padrão oficial de classificação mais rigoroso que outras culturas devido aos requisitos de qualidade exigidos pela indústria moageira para a produção das farinhas. Esses aspectos qualitativos estão diretamente relacionados ao manejo a campo e às condições climáticas regionais, além de outros fatores.