A partir de janeiro de 2017 a indústria de máquinas agrícolas vai precisar se adaptar as normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e fabricar motores menos poluentes. Os novos motores podem gerar uma redução de pelo menos 80% na emissão de poluentes. A determinação vai gerar mais custos para as fábricas e também para os produtores rurais. A resolução é de 2011, mas só agora vai ser aplicada às máquinas para o campo.
A mudança faz parte do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve). O programa chamado MAR-1, uma sigla para Máquinas Agrícolas Rodoviárias, fase 1, estabelece diretrizes, prazos e padrões legais de emissão pelos motores. Os Estados Unidos e a Europa já fazem isso. Agora, o Brasil vai precisar atender a legislação.
Uma das exigências é do motor eletrônico. Nenhuma máquina, acima de 100 cavalos, vai poder sair da fábrica sem esta tecnologia.
“A injeção eletrônica, assim como na indústria de carros, comanda toda a parte de injeção de combustível, fazendo com que esta injeção seja muito mais otimizada, muito mais precisa do
que num sistema mecânico”, explica o diretor da Diretor Agco Power, Ricardo Huhala.
Para atender a legislação, a indústria vai ter que investir mais. A Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimac) calcula um aumento de 1,5 até 3% no custo de produção.
“O repasse para o agricultor vai depender muito da estratégia de casa fabricante”, diz o presidente da Abimaq, Pedro Estevão Bastos.
A Agco Para a América do Sul, líder no segmento, está se preparando pra colocar os novos motores no mercado. A empresa fabrica motores e outros equipamentos para as cinco principais marcas do mercado mundial. A tecnologia já é conhecida pela indústria, mas até as novas máquinas chegarem ao mercado, tem um bom trabalho a ser feito ainda.
“Iniciamos há seis meses um treinamento e estamos deixando bem claro qual a mudança na tecnologia. Além de explicar como tem que ser feito o diagnóstico, manutenção, reparo para atender melhor nosso cliente”, conta o diretor de marketing da empresa, Alfredo Jobke.
Depois de implantado todo o processo de mudança para os motores acima de 100 cavalos, as normas passam a valer também para os menores. A partir de 2019 toda a frota nacional só sai de fábrica com motores digamos, ambientalmente corretos.