A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) adiou para outubro o parecer final sobre a importação, pelo Brasil, de variedades de milho transgênico dos Estados Unidos. Em reunião realizada nesta quinta-feira, 1º, o órgão começou a avaliar a liberação comercial de variedades que não possuem autorização para serem vendidos no país, mas dois integrantes pediram vista e a decisão ficou para o próximo encontro, que deve acontecer no início do próximo mês.
Os processos ainda a ser analisados se referem a uma variedade de milho da Monsanto e outra da Syngenta, que já haviam sido avaliados pelas subcomissões setoriais. Integrantes do Ministério do Meio Ambiente e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) pediram vista para uma melhor análise. Outra variedade de milho transgênico comercializada nos EUA foi aprovada pela CTNBio nesta quinta. “Trata-se do milho geneticamente modificado (MON 87411) resistente a insetos coleópteros e tolerante ao herbicida glifosato – contendo as proteínas Cry3Bb1 e CP4 EPSPS, e o gene dsRNA DvSnf7 (contra diabrótica) da Monsanto do Brasil Ltda”, informou o Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, em nota.
A análise da CTNBio tem como objetivo avaliar a biossegurança dos produtos que contenham em sua composição organismos geneticamente modificados (OGMs), bem como seus riscos. A comissão, no entanto, não delibera sobre a importação dos produtos.
Mais cedo, por meio de nota, o presidente-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, disse esperar que o cenário de oferta de milho no País se reequilibre com a possibilidade de importação do milho norte-americano. Ele ressaltou que o aumento das exportações de milho e os efeitos do El Niño no País, como a escassez de chuvas e a quebra de safras em diversas regiões, têm elevado o preço da carne e a inflação no país.
“Apesar da boa vontade da área técnica da CTNBio em avaliar o pedido, a medida dos representantes do Ministério do Meio Ambiente retarda uma importante solução, deixando os consumidores à mercê de preços cada vez mais elevados, piorando a situação das empresas que provavelmente continuarão a reduzir gradativamente a produção, impactando na manutenção de empregos do setor e na oferta de alimentos para o país”, disse Turra.