Venda de máquinas agrícolas avança 12,5% em agosto, diz Anfavea

Apesar da melhora, no acumulado do ano ainda há queda de 22,1% nas vendas do setor

As vendas internas de máquinas agrícolas e rodoviárias no atacado atingiram 4,5 mil unidades em agosto, alta de 7,3% na comparação com igual mês de 2015. Frente a julho, houve alta de 12,5% nas vendas do setor, conforme informou nesta terça-feira, dia 6, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), entidade que representa as montadoras instaladas no País.

No acumulado do ano, ainda há queda de 22,1% nas vendas do setor, com um total de 25,6 mil máquinas comercializadas entre janeiro e agosto. Em 12 meses, as vendas caíram 32,1%.

A produção de tratores, cultivadores, colheitadeiras e retroescavadeiras somou 5,9 mil unidades em agosto, incremento de 16,3% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Na comparação com julho, o volume produzido cresceu 19%. Desde o início do ano, 30,7 mil máquinas foram produzidas no Brasil, 24,5% abaixo do total fabricado nos oito primeiros meses de 2015.

Durante o mês passado, 894 máquinas agrícolas e rodoviárias foram exportadas, 28,6% acima do número de um ano atrás. Frente a julho, as exportações subiram 18,6%. Um total de 6 mil unidades de máquinas agrícolas e de construção foram vendidas ao exterior no acumulado do ano, o que representa uma queda de 11,7%.

Em valores, as exportações no setor somaram US$ 171,2 milhões em agosto, alta de 24,6% na comparação anual e de 16% em relação a julho. Nos oito primeiros meses, o faturamento do setor com vendas externas alcançou US$ 1,22 bilhão, aumento de 4,4%.

Expectativa

Com o fim do processo de impeachment que resultou na cassação da ex-presidente Dilma Rousseff, o presidente da Anfavea, Antonio Megale, disse que espera o início de uma recuperação econômica no País. “É hora de nós avançarmos. A situação política já está definida. Não há mais o que aguardar. Temos que seguir em frente. Não podemos perder mais tempo. Entendemos que já houve uma perda de tempo muito grande”, comentou o executivo durante apresentação à imprensa dos resultados da indústria automobilística em agosto.

Para Megale, chegou o momento de a sociedade entender que as reformas propostas pela equipe econômica são absolutamente indispensáveis. O executivo manifestou ainda o posicionamento de apoio ao ajuste fiscal, assim como à aprovação da proposta que estabelece um teto aos gastos públicos. “O equacionamento na área econômica é fundamental para continuarmos evoluindo”, assinalou Megale, antes de dizer que “já passou o tempo” de o Brasil enfrentar a reforma da Previdência.

Megale também cobrou a modernização da legislação trabalhista para dar maior competitividade ao setor privado. Nesse ponto, defendeu a ideia de que os acordos coletivos se sobreponham à legislação. Também manifestou apoio à efetivação do Programa de Proteção ao Emprego (PPE) e à regularização da terceirização, de forma a reduzir insegurança jurídica das empresas.

Durante a entrevista coletiva à imprensa, o presidente da Anfavea reiterou também a expectativa de início de reação do mercado de veículos até o fim do ano, com maior consistência do crescimento em 2017. Segundo ele, embora o ritmo diário tenha caído no mês passado – por conta, principalmente, do menor movimento nas concessionárias durante a Olimpíada -, as vendas de agosto são coerentes com essa tendência.