A produção agropecuária Roraima, cuja população é de 500 mil habitantes, atende atualmente apenas o mercado regional, mas com possibilidades de expandir seus negócios para o mercado brasileiro e também da Venezuela, que hoje vive uma crise por alimentos. Uma saída apontada pela Embrapa é a intensificação do sistema agropastoril, essencial para o desenvolvimento e a competitividade da agropecuária do estado.
Um bom exemplo disso pode ser observado na fazenda Prateada, do produtor Eduardo Paludo, a 50 quilômetros de Roraima, na cidade de Mucajaí. A propriedade tem 7 mil hectares, destes 1,5 mil são produtivos. Lá 1,3 mil cabeças de gado são abatidas anualmente e vendidas a R$ 150 por arroba, o equivalente a R$ 10 reais o quilo.
Na parte de grãos, são plantados por ano, 200 hectares entre a produção de milho e soja. Além disso, ele ainda produz peixes em cerca de 40 hectares de açudes, e seis lâminas de água que produzem mais de 90 toneladas de peixes anualmente. “É um custo-benefício extraordinário para nós produtores”, conta ele. “Plantamos grãos, colhemos, comercializamos e os utilizamos na própria fazenda como ração, além de estocarmos no pasto. Operando apenas com a pecuária isso não seria possível.”
Segundo Paludo, o sistema agropastoril desenvolve a pecuária de sua propriedade, renovando a pastagem, aumenta a produtividade e a qualidade da produção e promove a valorização da terra. “Hoje, na área que usada para colocar uma cabeça de gado, existem 4 ou mais. Graças ao sistema de integração”, garante ele.
Os benefícios que o sistema trouxe para sua atividade, indicam um futuro mais promissor, diminuindo as crises ocasionadas pela sazonalidade de preços e clima. “O sistema integrado garante uma fonte de renda mais estável, fundamental para que nossa atividade seja rentável”, finaliza.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Roraima, Vicente Gianluppi, esse sistema é essencial para o desenvolvimento e a competitividade da agropecuária de Roraima. “Como não temos a safrinha, a alternativa econômica para o alto custo de duas safras e ainda a aplicação da ILP, já que temos um solo com boas características e variáveis cadeias de produção, esse sistema se tornou imprescindível para a região”, ressalta.
Para o secretário de Planejamento e Desenvolvimento do Estado de Roraima, Alexandre Henklain, o cerrado do estado é um paraíso para os produtores que investem no sistema agropastoril, pelo clima e pela terra. “Aqui é o melhor lugar para quem quer criar gado e plantar soja”. E convida outros produtores brasileiros “venham para Roraima o mais breve possível, porque as terras ainda estão baratas”.
Canal Rural, com informações da CNA