O alerta é do pesquisador da Embrapa Soja e consultor internacional Decio Gazzoni. Ele afirma que os biocombustíveis tradicionais como etanol e biodiesel devem ter demanda garantida por no máximo 20 anos.
“Os veículos no mundo inteiro tendem a ser movidos a eletricidade, isso já se verifica no avanço de carros híbridos, por exemplo”, diz.
Gazzoni prevê, no entanto, que a demanda pela bioqueresene se intensifique nos próximos anos, podendo ter uma “janela de oportunidade” para investimentos por pelo menos 50 anos.
O pesquisador da Embrapa foi o primeiro palestrante do Congresso de Bioenergia, em Cuiabá, aberto hoje à noite e que termina na quarta-feira.
Gazzoni destacou que há grandes oportunidades para os empresários rurais de Mato Grosso na área de bioenergia.
“Mesmo com esta janela mais apertada, produzir etanol a partir de milho, por exemplo, pode ser um negócio interessante desde que bem planejado, capaz de recuperar o investimento em até 10 anos.”
Ele lembrou também que Mato Grosso tem alta incidência solar e que poderia investir mais neste segmento.
O futuro dos biocombustíveis, segundo o pesquisador, dependerá ainda da disposição dos diferentes países em avançar nos compromissos com a energia renovável, especialmente a partir do acordo da COP 21, em Paris, no ano passado.
“O governo também não pode atrapalhar, prejudicar a produção de bioenergia, como ocorreu com a politica brasileira recente que segurou preços da gasolina, causando dados as usinas de etanol.”