Cristalina (GO) está entre os municípios com maior Produto Interno Bruto (PIB) agrícola do país. É um dos principais polos de agricultura irrigada da América Latina, produzindo soja, milho e hortifrutigranjeiros como batata, cebola, alho e tomate. Apesar de todo o vigor que apresenta no campo, Cristalina sofre para escoar a safra em estradas com condições ruins de preservação.
Uma das rodovias mais problemáticas de Cristalina é a GO-436, que liga o município ao Distrito Federal. O trecho tem 90 km e, em grande parte, está tomado por buracos, situação que vem se agravando desde o ano passado. De acordo com o presidente do sindicato rural do município, Alécio Maróstica, 60% da produção local trafega por essa estrada.
Agricultores que têm fazendas à beira da GO-436 sofrem na pele a má condição da estrada. Onorato Paludo, por exemplo, conta que não houve mais manutenção da via após o fim da estação das chuvas de 2015. Ele afirma que produtores jogaram terra em alguns buracos para aliviar os problemas, mas as dificuldades de tráfego permanecem.
“Cada dia que a gente passa por aqui tem carro arrebentado, caminhão com suspensão quebrada, é um caos total”, diz Paludo.
O produtor Dario Narde, por sua vez, alerta que a situação pode se agravar no próximo mês, quando volta a chover na região. Além dos acidentes e do encarecimento do frete acarretados pela dificuldade de circulação, ele ainda se queixa de que as más condições da rodovia facilitam roubos de carga e assaltos a veículos.
Os 30 km de terra que ligam a rodovia ao assentamento Três Barras – que existe há 20 anos e abriga mais de 180 famílias – também merecem maiores cuidados. O presidente da associação dos irrigantes locais, Arcendino Silva, reclama que a venda de frutas e hortaliças colhidas no assentamento é prejudicada pelas condições ruins do pavimento, afetando a qualidade dos produtos. “Nós temos produtor aqui que gasta mais de 2h30 em 30 km até o asfalto”, diz.
Irrigação
Os produtores rurais reivindicam ao novo prefeito a desburocratização do acesso a outorgas e licenças de irrigação. Alécio Maróstica, do sindicato, afirma que o município não tem um projeto de desenvolvimento da agricultura irrigada, e há muita demanda do setor. “Hoje, nós temos poucos produtores que irrigam muito e muitos produtores que não irrigam nada e querem irrigar. E os pequenos produtores também querem entrar nesse sistema”.
O setor produtivo quer também a melhoria na qualidade da energia elétrica fornecida aos irrigantes. A queixa é de que muitos agricultores são obrigados a utilizar geradores a diesel para complementar o abastecimento. A liberação de energia para movimentação de novos pivôs, por sua vez, dependeria da construção de novas linhas pela concessionária da região, a Celg.
O atual prefeito de Cristalina, Luiz Carlos Attiê, está no segundo mandato e não pode concorrer a reeleição. Os quatro candidatos ao posto são Castelo Branco (PV), Daniel do Sindicato (PSB), Gildomar (PMN) e Maks (PSD).