Um projeto criado em São Paulo há dois anos já resgatou animais de mais de cem espécies em rodovias do estado. Mantido em parceria entre concessionárias que administram estradas, como a CCR, e a Universidade do Vale do Paraíba, o programa trata, reabilita e reintegra à natureza os bichos encontrados nas pistas e arredores.
Lobos-guarás, veados e grande quantidade de aves são atendidos no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) da universidade, que fica em São José dos Campos (SP). Muitos deles foram atropelados, outros sofreram maus-tratos ou foram doados por moradores de cidades próximas, explica a responsável técnica do centro, Karla Andressa Ruiz Lopes.
Alguns dos exemplares ficam poucos meses no Cras, até que tenham condições de voltar à natureza. Outros, que não conseguem se recuperar totalmente, acabam virando moradores fixos.
“Geralmente o animal é tratado, recebe todo o treinamento para a reintrodução. A partir deste momento a gente verifica as áreas de soltura e monitoramento, seja no estado ou até mesmo fora do estado”, diz a técnica responsável.
Concessionárias de rodovias, como a CCR, que administra a Via Dutra, atuam como parceiras e encaminham os animais atropelados. O maior desafio é impedir que os exemplares avancem sobre o asfalto.
A gestora de relações institucionais da CCR/NovaDutra, Carla Fornasaro, conta que foram instaladas pequenas cercas ao longo da rodovia em áreas alagadiças, para conter animais como capivaras. Áreas rurais da rodovia, que tem mais de 400 km de extensão, receberam mata-burros físicos e “virtuais” (pinturas no chão”) que detêm a passagem dos exemplares. As medidas contribuem para o bem-estar dos animais e para a segurança de quem circula pela rodovia.