Especialistas reunidos no Encontro de Adubação de Pastagens, realizado nesta semana em Ribeirão Preto (SP), alertam para a importância de investir no solo para obter maior rendimento na produção de carne. A recomendação é a de manejar o capim da mesma forma que se faz com as principais culturas agrícolas.
A análise de solo é o primeiro passo para recuperar áreas degradadas. Por meio dela, é possível medir o nível de fertilidade do solo e avaliar qual a necessidade de nutrientes químicos. Com o resultado em mãos, tem início o processo de práticas corretivas.
O engenheiro agrônomo Godofredo Cesar Vitti, da Escola Superior Luiz de Queiroz (Esalq-USP), explica que é preciso fazer uso adequado de calcário, gesso e fosfatados em área total. Feito isso, pode-se começar a implantar a pastagem, inclusive fazendo o plantio consorciado com milho, para baratear o processo.
O Brasil possui cerca de 167 milhões de hectares de pastagens, e mais da metade está em estágio avançado de degradação. O custo para recuperar um hectare de pasto varia de R$ 200 e R$ 1 mil. Um investimento alto, mas que valeria a pena.
O diretor da Soma Agro, Joel Hillesheim, calcula que a cultura retorna em torno de 25% sobre o capital investido em período de 18 meses. “Às vezes, você tem a lotação de uma cabeça por hectare por ano; com investimento, isso pode virar duas, cinco, oito cabeças por hectare”, diz.
Outra maneira de recuperar pastagens degradadas é a utilização de sistemas integrados. Existe a possibilidade de trabalhar a pecuária com agricultura e ainda com florestas cultivadas. A escolha varia conforme o objetivo de cada fazenda e o perfil do solo da propriedade.
O pesquisador da Embrapa Cerrado Luiz Adriano Maia afirma que é possível implantar pastagens após o cultivo de soja, milho, sorgo ou outros grãos, em sistema de sucessão ou de rotação. “A própria atividade agrícola pode ser consorciada com pastagens, e em seguida eu tenho um pasto formado, aproveitando esse ambiente favorável e mais corrigido”, afirma Maia.