O ministro da Agricultura,Blairo Maggi, integra a comitiva de ministros que acompanha o presidente da República, Michel Temer, na 8ª reunião de Cúpula do Brics – bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A viagem começou nesta sexta, dia 14, e se encerra na próxima quinta-feira, dia 20. O encontro do Brics ocorre no sábado, 15, e no domingo, 16, na cidade de Goa (Índia). Depois, Temer visitará o Japão.
Em Goa, o Brasil e os demais países do bloco vão assinar acordos de pesquisa agrícola e cooperação ambiental e alfandegária. Blairo Maggi deverá assinar três memorandos de entendimento durante os eventos. Um deles é entre o BRICS e prevê a criação de uma plataforma de pesquisa agropecuária.
Os outros dois memorandos são apenas com a Índia. Um é voltado à cooperação na área de pesquisa agropecuária e o outro é sobre produção de gado de leite a partir de raças indianas.
O Brasil é o principal parceiro comercial da Índia na América Latina. Em 2015, o intercâmbio comercial entre os dois mercados foi de US$ 7,9 bilhões, mas há potencial para crescer muito mais.
Negociações
O ministro esteve na Índia entre os dias 21 a 23 de setembro, durante a reunião de Ministros da Agricultura do Brics. Na ocasião, foram elaborados os memorandos de entendimento que serão assinados na Cúpula da bloco.
Além disso, houve negociações bilaterais sobre temas comerciais e de cooperação. Entre eles, as exportações brasileiras de frutas, carne de aves e de suínos e a cooperação bilateral para pesquisa de lentilhas no Brasil a partir de material genético procedente da Índia.
Naquela oportunidade, ficou acertado que a empresa transnacional indiana UPL vai investir em uma fábrica no Brasil para a produção de ingredientes ativos de agroquímicos. O valor do investimento é de R$ 1 bilhão.
A Embrapa também fez acordo com a UPL, no valor de R$ 100 milhões, para o desenvolvimento de pesquisas com leguminosas conhecidas como “pulses”, cujo principal produto é a lentilha. A estimativa é que, em 2017, a Índia importe sete milhões de toneladas do produto e, em 2030, o volume chegue a 30 milhões de toneladas.