Para evitar uma nova crise no setor, a indústria, junto ao governo federal, estuda implantar um limite para a importação de leite em pó no Brasil. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS), Alexandre Guerra, a entrada de leite de fora do país impede o crescimento da cadeia leiteira nacional.
Guerra explica que o aumento de quase 90% na importação do leite neste ano pressionou os preços no mercado interno, que já estão abaixo do custo de produção. Uma alternativa é colocar cotas nas compras do leite em pó de outros países para estimular o setor no Brasil. O presidente do Sindilat enfatiza que o ideal seria que esse limite fosse flexível com possibilidade de aumento em casos de déficit, como ocorreu há alguns meses.
Mas a oferta maior não é o único motivo para a preocupação dos produtores. Para Alexandre, a demanda pelo produto também aumenta as chances de crise no setor. O consumo do UHT nos supermercados colaborou para a queda de 15% a 20% nos preços pagos pelo litro no Rio Grande do Sul. A tendência até o fim do ano, na opinião do presidente, é de que continue caindo na mesma proporção.