A redução da taxa de juros para 14% anunciada pelo governo pode aumentar a oferta de crédito. No entanto, segundo analistas, o momento ainda exige cautela e paciência, pois melhores condições são esperadas só em 2017.
Para a economista chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, a primeira redução dos juros básicos nos últimos quatro anos, apesar de tímida (0,25%), é um sinal de confiança do Banco Central em um futuro financeiro próspero. “O Banco Central iniciar esse movimento de certa forma tem o simbolismo de um selo de qualidade, uma visão de que a política econômica está entrando nos trilhos novamente”, disse.
Se a confiança na economia começa a dar sinais de retomada, a expectativa é de que o sistema financeiro também se sinta mais seguro para emprestar dinheiro. “A política monetária geralmente demora um trimestre pra começar a aparecer na atividade econômica, dois trimestres pra ter sinais mais claros. Vamos ter que ter paciência e lembrar que as empresas enfrentam dificuldade financeira muito séria e, a própria volta da demanda do crédito demora, e a inadimplência fica alta, deixando os bancos mais conservadores”, disse Latif.
Na visão do corretor Mário Battistel, da Fair Corretora, quem conseguir esperar poderá ter mais vantagens no financiamento. “Quanto mais esperar, mais mais barato vai ficar o financiamento. Então, se existir a possibilidade de não tomar agora, o ideal será tomar o financiamento mais para frente.”
Com a expectativa de novos ajustes da taxa Selic nos próximos meses, o governo aposta em uma redução gradativa da inflação ao longo de 2017. Quando o assunto é o câmbio, Mário aposta em mudanças, mas não se arrisca a dar prazos ou prever efeitos do novo cenário em setores como o agronegócio.