– Isso sem nós falarmos em problemas de solo, de armazenamento de água no solo, de fertilidade e outros problemas mais – cita.
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O especialista lembra aos produtores que a alta incidência de helicoverpa e ferrugem asiática também são resultado da má prática:
– Embora num primeiro momento possa parecer economicamente mais viável uma soja sobre soja, fazer uma lavoura de soja bem feita com uma lavoura seqüencial talvez do milho, que pode ser uma opção, certamente a médio e longo prazo isso vai trazer impactos positivos muito maiores do que essa monocultura.
Mesmo que produtores aleguem produzir soja sobre soja há muitos anos, sem constatar problemas até o momento, o pesquisador da Embrapa reforça que prejuízos fitossanitários normalmente acontecem após longo período de práticas inapropriadas.
– Imaginem vocês: um Brasil inteiro fazendo soja sobre soja. Certamente nós teremos outras lagartas do tipo helicoverpa se instalando nos próximos anos.
A soja no Rio Grande do Sul
O plantio gaúcho de soja sofreu um atraso de cerca de duas semanas. Na sede da Embrapa em Passo Fundo, a lavoura ainda está pequena, mas de acordo com Mércio Strieder, o cultivo tardio não irá comprometer o rendimento da plantação:
– Muito pelo contrário. Semeaduras nesta época, na metade de novembro para frente, normalmente a gente tem conseguido rendimento inclusive maiores do que com semeaduras antecipadas.
O pesquisador conta que as previsões confirmam rendimento igual ou maior do que na safra passada.