A participação do etanol anidro na formação do preço da gasolina vendida nos postos de São Paulo aumentou de 13,4% no fim de agosto para 16,4% na semana passada, refletindo a alta nas cotações do biocombustível. Os cálculos são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP). Entre 17 e 21 de outubro, o anidro foi cotado a R$ 2,1081 por litro, correspondendo a 16,4% do valor do derivado de petróleo no período equivalente, de R$ 3,472 por litro. Há oito semanas a participação era de 13,4% e, há um ano, de 14,1%. As contas levam em consideração os dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e a mistura de 27% de anidro na gasolina.
“Desde o fim de agosto, o etanol anidro acumula forte aumento de 22% nas usinas paulistas, enquanto a valorização da gasolina se limita a 1,4%. Na parcial desta safra (de 1º de abril a 21 de outubro), a participação do biocombustível no preço da gasolina está em 13,38%, pouco abaixo da verificada na temporada anterior, de 13,59%”, afirmou o Cepea.
Na semana passada, a primeira em que vigorou a redução de 3,2% no valor do combustível fóssil nas refinarias, a gasolina subiu em 11 estados e no Distrito Federal. Esse avanço foi creditado à apreciação do anidro. Mas para a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), essa relação não pode ser feita. De acordo com a entidade, a composição do preço da gasolina depende de diversas variáveis, entre elas o preço do produto na refinaria, a margem da distribuidora, a margem da revenda, o valor do Preço Médio Ponderado Final (PMPF), atualizado a cada quinze dias para recolhimento do ICMS, e o próprio anidro.