Conselho Agro debate financiamento e reforma trabalhista

Entidades reúnem-se com o ministro Ronaldo Nogueira para estudar proposta de modernização e instrumentos de financiamento para o setor

Fonte: Reprodução/CNA

Novos instrumentos para financiar a agropecuária e estudos sobre mudanças na legislação trabalhista foram os principais temas debatidos na segunda reunião do Conselho Agro, órgão que reúne entidades e lideranças do setor. O encontro ocorreu nesta quinta-feira, dia 17, na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com a presença do ministro do trabalho Ronaldo Rodrigues.

O presidente da CNA, João Martins, afirmou que o Conselho do Agro está consolidado e será estratégico para “propor e avaliar as políticas oficiais destinadas ao setor agrícola, sempre no sentido de modernizá-las e garantir segurança jurídica ao produtor”.

Entre os temas de grande discussão esteve a nova opção para financiar a agropecuária do país, assunto que ganhou espaço com a apresentação do consultor da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Pedro Marcílio. “A ideia é encontrar mecanismos capazes de amenizar a situação atual de escassez na oferta de recursos financeiros para a produção agrícola”, explicou. 

De acordo com Marcílio, um dos caminhos é dar visibilidade a um mecanismo já utilizado pelos produtores de algodão: o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), sistema que a entidade colocou em prática a partir do Instituto Brasileiro do Algodão. Com os certificados de recebíveis, seria possível colocar “dinheiro novo para financiar o setor agrícola, já que o modelo oficial em vigor dá sinais de exaustão”, explicou.

Mas, o destaque da reunião foi a modernização das leis trabalhistas. Um resumo das mudanças em estudo pelo governo foi apresentado pelo ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, que participou da reunião a convite do presidente da CNA. “Ouvimos a pauta de reivindicações e estamos avançando no sentido de que o Brasil possa encontrar o melhor caminho”, afirmou Nogueira.

O objetivo, segundo o ministro, é obter consenso mínimo para a modernização das leis trabalhistas, a partir de um amplo diálogo com as lideranças empresariais e das centrais sindicais. Ele destacou dois pontos básicos com as partes interessadas: a consolidação dos direitos dos trabalhadores e a segurança jurídica necessária para que o setor privado possa ter tranquilidade para investir e produzir.