Novembro deve terminar parado, dando continuidade à baixa já registrada no mês de outubro. Segundo análise da Scot Consultoria, é difícil prever melhora na venda de carne bovina nesta terceira semana do mês, sazonalmente a pior para escoar a produção.
No acumulado da última semana, os preços da carne ficaram, em média, 1,2% abaixo do registrado há um ano. Ao se considerar a inflação, as indústrias estão recebendo quase 9% menos pelos cortes sem osso, frente ao que recebiam na mesma semana, em 2015. O fator de maior peso foi a crise política e o estrago à economia, que se estendeu à cadeia da carne. Sem consumo, não há alta nos preços da arroba.
Os frigoríficos, porém, têm conseguido manter suas margens acima da média histórica, ao redor de 24,5%. Sem necessidade de intensificar a compra de matéria-prima, “controlam” seus resultados a partir dos preços pagos pela arroba, impondo pressão sobre o mercado do boi gordo.
Por fim, as exportações começaram em novembro, na primeira quinzena, com queda de 20% na média diária embarcada na comparação anual. Os resultados parciais ainda não traduzem uma resposta positiva à recente valorização cambial.
Melhora pontual
Em algumas regiões, a oferta restrita de boiadas começa a trazer força para o mercado do boi gordo. Em São Paulo, por exemplo, há indústrias ofertando preços até R$ 1,00 acima da referência, a fim de preencher as programações de abate.
Porém, há regiões onde mesmo com a oferta limitada de animais terminados o lento escoamento da carne no mercado não dá incentivos para que os frigoríficos ofertem preços melhores. É o caso do Rio de Janeiro e Espírito Santo, onde o preço de referência da arroba do boi gordo teve desvalorização na última segunda-feira, dia 21.